Por Wagner Herrera
A premissa básica do BSC é a obtenção dos resultados decorrentes das reações de causa e efeito: uma ação ou um conjunto delas que tem como resultado transformações em seres, objetos ou situações posteriores.
Kaplan e Norton ao idealizarem o BSC estruturaram o método em quatro perspectivas que basicamente atendem as necessidades da maioria da empresas: a) o interesse dos proprietários e acionistas (remuneração do investimento), b) clientes da empresa devem estar satisfeitos e consumirem quantidades que maximizem o lucro, assim c) a empresa deve racionalizar seus processos internos buscando a excelência dos métodos e de força de trabalho, através da d) maximização do aprendizado do capital humano.
Resumindo: as reações de causa e efeito, resultam de uma cadeia de ações orientadas do aprendizado aos interesses dos proprietários, passando pelas melhorias dos processos internos para obtenção da satisfação dos clientes.
O BSC não pretende substituir o planejamento estratégico na obtenção da vantagem competitiva ou na busca de melhor posicionamento da empresa no mercado, pois as orientações estratégicas devem resultar de políticas, diretrizes, análise das oportunidades e ameaças do ambiente externo, do conhecimento das forças e fraquezas próprias, além dos cenários que se apresentarão pelos fatores conjunturais (sociais, econômicos, demográficos, culturais, etc.), pretende sim, ser uma ferramenta de apoio a disposição do planejador na implementação do plano.
O BSC pode ser orientador e capacitor de programas de melhorias departamentais desde que não conflitem com interesses da administração estratégica, posto que o alinhamento e a congruência dos resultados devem ser consoante com as diretrizes da organização. O método simplifica o plano de implementação das ações parciais, em nível de área organizacionais, simplificando a adoção de medidas com premissas simplificadas.
Na implementação de um programa de melhoria, o BSC orienta para criação dos scorecards - fichas ou planilhas para acompanhamento do programa prescrevendo um conjunto de quatro definições: a) os objetivos – declaração clara e assertiva dos alvos que se pretende atingir, b) o método de mensuração e obtenção dos indicadores que irão monitorar o desempenho ou resultados, c) as metas - quantificações ou qualificações e periodicidade dos objetivos factíveis cos os recursos, competências e capacidade da empresa e devem ser deliberadas (consensuais) pelo grupo responsável pelo atingimento das metas e, d) as iniciativas a serem postas em prática para o atingimento das metas. Aqui, abro um parêntesis, para um detalhamento maior do quesito ‘iniciativa’ pois demanda um plano resultante do planejamento das ações postas em prática para a consecução das metas, posto que o planejamento nada mais é que o encadeamento de operações seqüenciadas logicamente para obtenção dos objetivos e se este demanda ações em grande quantidade e demoradas ele é dividido em fases, etapas, passos, etc.
Embora as quatro definições sejam um padrão da metodologia, nada impede que o planejador utilize outras configurações que traduzam melhor sua pretensão. Por exemplo, num planejamento de progresso pessoal, pode definir como primeira perspectiva o (a) crescimento pessoal (financeiro, social, cultural, profissional, etc), como segunda perspectiva (b) influenciar, convencer, satisfazer pessoas ou entidades que o apóiem no intento (empresa, professores, família, amigos, etc.), bastando para tanto (c) desenvolver suas competências pessoais (atitudes, conhecimentos e habilidades), devendo (d) cuidar de seus núcleos de resultados internos (familiar, espiritual/mental, físico, emocional, intelectual, social, ecológico, financeiro, profissional), pois o ser humano é um todo sinérgico e se alguma área de resultado esta descompensada, em desequilíbrio, desalinhada, ele não se consegue a otimização dos resultados.
Outras inúmeras configurações podem ser elaboradas em concordância com as necessidades ou desejos do que se apresente e necessite ser implementado, porém o caminho é capacitar (aprendizado), otimizar (processos internos), satisfazer (clientes, consumidores, usuários) e beneficiar (proprietários)
Wagner Herrera é consultor com formação em Ciência da Computação e Engenharia de Produção
Fonte: Portal do Marketing
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