Por Marcelo Nakagawa
Se Eike Batista tivesse fundado a Kodak, o nome da empresa provavelmente seria Xodax, já que ele é fascinado pela letra X, que na sua crença representa a multiplicação, acelera a criação da riqueza.
E não é que X tem funcionado! Mas George Eastman, fundador da Kodak era fascinado pela letra K.
Quando fundou a empresa em 1892, tentou várias combinações com a letra K até chegar a Kodak, que em si, não tinha nenhum significado, apenas a suposta beleza de ter dois Ks. Vai entender...
Isto mostra que não é de hoje que empreendedores gastam um bom tempo encontrando um nome que lhe pareça apropriado.
Para muitos, a escolha foi rápida. Optaram pelo sobrenome. Michael Dell, Walt Disney, Henry Ford, Henry Nestlé.
Mas alguns sobrenomes não ajudaram. Gordon Moore e Robert Noyce pensaram Moore-Noyce para a empresa que fundaram, mas chegaram à conclusão de que isto remeteria a "more noise", "mais barulho" em inglês. Preferiram chamar a empresa de Intel.
Mas outros empreendedores deram um jeitinho no sobrenome. Shojiro Ishibashi fundou a Bridgestone em 1931, mais de trinta anos depois que Harvey Firestone tinha fundado a...
Firestone! Acertou! Bridgestone, Firestone? Hum? Bom, a tradução de ishi (pedra) e bashi (ponte) do japonês para o inglês daria próximo a Bridgestone.
Mas isto não é um problema porque atualmente a Bridgestone e Firestone formam uma empresa só. O fato é que muitos empreendedores japoneses prefeririam não utilizar seus sobrenomes.
Massaru Ibuka e Akio Morita fundaram a Tokyo Tsushin Kogyo em 1946, mas os americanos, seus clientes, não conseguiam pronunciar o nome da empresa.
Por esta razão, Morita foi achar no latim, a palavra sonus, que remete a som. Deu uma americanizada na palavra e mudou o nome da empresa para Sony.
Outra empresa japonesa que foi buscar um nome latino foi a ASICS. Fundada por Kihachiro Onitsuka em 1949 sempre fabricou tênis esportivos com a marca Onitsuka Tiger.
Como queriam ser mais agressivas no exterior, mudaram o nome da empresa para Anima Sana In Corpore Sano (mente sã em corpo são), ou simplesmente ASICS.
Além do latim, muitos empreendedores também se debruçam no dicionário grego para achar os nomes das suas empresas.
Por coincidência, Kihachiro Onitsuka ajudou um jovem norte-americano, Phil Knight, que visitava o Japão em 1963 a criar sua própria empresa.
A Blue Ribbon passou a revender os tênis Tiger nos Estados Unidos.
O negócio deu tão certo que Phil Knight e seu sócio Bill Bowerman criaram uma marca própria e adotaram o nome da deusa grega da vitória como nova razão social da empresa. Ah, a deusa grega da vitória é a Nike.
Fundada em 1906, a Haloid achava que seu nome já não era apropriado diante das inovações que havia desenvolvido até 1958, principalmente sua tecnologia de fotocópia seca.
Descobriram que seco em grego é xeros e gostaram do termo. Mas os executivos da empresa acharam que cabia mais um x na questão e optaram por substituir o s, seguindo a lógica que outra empresa do estado, a Kodak, tinha adotado. Assim, o nome da empresa passou a ser Xerox.
Pensando bem, acho que o Eike não ia gostar muito da ideia da Xodax.
O nome adaptado parece ser de remédio e pela situação atual da empresa, de remédio bem amargo.
Vou pensar em outras empresas com Xs no nome e que consigam multiplicá-los como fotocópias...
Fonte da imagem: gettyimages
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