Para a consultora Eline Kullock, perfil feminino na liderança consegue estimular e reter jovens talentos de maneira mais eficiente nas empresas
Por Fabiana Pires
Lidar com a geração Y é um dos principais desafios enfrentados pelas equipes de recursos humanos atualmente. Basta fazer uma rápida pesquisa para ver a quantidade de matérias e artigos que ensinam a liderar e estimular os jovens nascidos partir de 1980 até meados de 1990. Desde que começaram a entrar no mercado, eles vêm mudando os ambientes de trabalho e mostrando que só dinheiro não os segura na cadeira do escritório.
“Diferente dos Baby Boomers [que antecedem a geração Y], esses funcionários não vão apenas cumprir ordens. Eles querem falar, ser ouvidos e entendidos”, diz Eline Kullock, especialista no estudo da geração Y e presidente do Grupo Foco. É por isso que, segundo ela, as mulheres se saem melhor como líderes dos jovens de hoje do que os homens.
Para Eline, as características normalmente associadas ao sexo feminino conseguem corresponder às expectativas que a geração Y tem de uma liderança. “A mulher costuma ser mais conciliadora, ela escuta mais e é mais compreensiva do que os homens”, afirma. Além disso, destaca a especialista, as líderes tem uma capacidade maior de sentir empatia, de se colocar no lugar do outro. “A mulher sempre assumiu esse papel, de ver o ambiente social em que ela está de maneira mais sensitiva.”
A consultora acredita que essas habilidades engajam e retém jovens talentos de maneira bastante eficiente. Os estudos mais recentes sobre os millenials (como também é chamada a geração Y) mostram que um chefe presente, ouvinte e disposto a dar feedbacks com frequência faz com que os funcionários enxerguem o trabalho como uma oportunidade de reconhecimento e desenvolvimento. “Como é justamente isso que a geração Y procura em um emprego, as chefes mulheres têm um perfil mais adequado para lidar com uma equipe desse tipo.”
É claro que não dá para generalizar. “Não é toda líder mulher que apresenta essas características.” De acordo com a consultora, líderes do sexo masculino também possuem aptidões valorizadas pela geração Y. Exemplos delas são a assertividade e praticidade - que, inclusive, faltam na maior parte das mulheres. Eline explica que os jovens estimam essas capacidades porque se identificam com elas. “Desde cedo, eles escolhem capa do celular, o prato do jantar, o filme que vão assistir. As gerações anteriores não tiveram esse poder de decisão e essa necessidade de escolher rápido”, diz Eline.
Mas, quando se fala em ambiente corporativo, os fatores mais valorizados são mesmo aqueles relacionados ao perfil feminino. “Com sua capacidade de verbalizar e comunicar sentimentos, a mulher permite que sua equipe faça o mesmo. E a geração Y sente necessidade disso.”
Fonte: revistapegn.globo.com
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