Veja o que 150 gestores demitidos de uma das maiores empresas americanas tinham em comum, segundo estudo da Zenger/Folkman
Por Talita Abrantes
Quando o cenário interno de uma companhia complica (e os cortes se tornam inevitáveis), quais são os executivos com mais chances de entrar na lista de demissões? A resposta mais óbvia seria apontar os que, nos últimos tempos, tiveram um desempenho inferior às expectativas. Certo? Não necessariamente.
É o que afirma estudo da consultoria Zenger/Folkman publicado no blog da Harvard Business Review. Para desvendar o que leva alguns nomes constarem nas listas de cortes (e outros não), a consultoria analisou os resultados da avaliação de desempenho 360º de 150 gestores que foram demitidos de uma das maiores companhias americanas e os comparou com o desempenho médio de executivos considerados de sucesso.
Primeira descoberta: apenas 23% dos demitidos tinham conquistado uma análise negativa no ano anterior. Isso não significa, contudo, que os outros gestores foram pegos de surpresa.
O balanço da avaliação de desempenho 360º deles nos dois últimos anos mostra que tais profissionais falharam em algumas características essenciais em tempos de crise. Com base no que eles deixaram a desejar, segundo o estudo, veja algumas pistas de que seu cargo pode estar em risco.
1 Não ser estratégico
De acordo com Ricardo Ascoli, diretor de operações da P&A no Brasil (que é representante no país da consultoria que fez o estudo), boa parte dos executivos demitidos ficaram muito abaixo do ideal quando o assunto é visão estratégica. Muitos deles eram exímios detentores da técnica. Mas, no dia a dia, pecavam ao assumir funções mais operacionais.
Em tempos de crise, toda empresa busca líderes capazes de tomar decisões e gerir propostas que ajudem a tirar a companhia do buraco. Naqueles últimos dois anos, tais gestores provaram não ser este tipo de liderança.
2 Não entregar resultados
Como uma provável consequência da falta de visão estratégica, os demitidos também falharam, sistematicamente, em entregar resultados. E sem isso, “eles não conseguiam coordenar a equipe a cumprir os objetivos”, afirma o especialista.
3 Não ser bom em habilidades interpessoais
Quando nuvens negras envolvem as companhias, líderes inspiradores são essenciais. Eles são a chave para manter o time unido, motivado e alinhado com as novas diretrizes. Os gestores demitidos pareciam não ser capazes de fazer isso, segundo o estudo. A maioria foi descrita como pouco influente. Uma parte, como pessoas difíceis de lidar e outros como “criadores de um ambiente psicologicamente tóxico”.
4 Não ser flexível
Segundo Ascoli, 23% dos executivos analisados apresentavam algum grau de resistência à mudança e tinham dificuldade para se adaptar a novos contextos. “Os melhores líderes sempre estão em busca de feedback e meios para melhorar”, afirmam os autores do artigo na HBR.
5 Faltar com a ética
Grandes deslizes éticos, como desvio de dinheiro ou maquiagem de balanços, não são os únicos aspectos a compor este item. Pequenos escorregões na conduta ou descumprimento de normas da empresa também contaram pontos negativos. “Este não era um problema comum, mas quando existiu, as pessoas foram cortadas”, afirma os autores no artigo.
“Fala uma coisa, mas faz outra. Ao agir assim, você mostra que a regra é irrelevante”, afirma Ascoli. “Se você é líder e age assim, o impacto é exponencial porque você vira modelo”.
6 Perderam padrinhos
Segundo o estudo, mais da metade dos demitidos havia perdido o apoio de algum padrinho corporativo recentemente. Ou seja, na hora em que o nome deles foi cogitado para demissão, não havia ninguém para defendê-los.
Aqui, a lição é clara: não basta ter um forte apoio político interno. É essencial diversificar. Ascoli exemplifica: você até pode ter o apoio do presidente da empresa, mas basta ele deixar a companhia, para que seu suporte ganhe um ponto final.
Fonte: exame.abril.com.br
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