De obras clássicas até textos voltados para o público infantil: confira uma seleção de livros essenciais para quem quer ser mais inovador
Por Talita Abrantes
Regra básica para estimular a criatividade no cotidiano? Busque inspiração nas mais diversas fontes. Quanto mais improvável, melhor.
Foi com base nesta equação que pedimos para três especialistas em criatividade selecionarem algumas das obras essenciais para educar os olhos para perceber o mundo de uma maneira nova.
O resultado trouxe livros clássicos sobre inovação. Mas não só. Na lista, há de livros infantis até obras consideradas malditas no passado. Divirta-se.
They All Laughed
Nesta obra, o jornalista Ira Flatow conta, de uma maneira divertida, a história por trás das grandes invenções que hoje fazem parte da nossa rotina: lâmpada, telefone, laser, submarino e até videogame, entre muitas outras.
They All Laughed
Ira Flatow
Thinkertoys
Se você quer fazer da criatividade uma prática diária na sua rotina, este é o livro indicado. Um clássico na área, "a obra traz exercícios que estimulam a criatividade. Por exemplo, como expressar ideias por meio de símbolos abstratos em vez de palavras”, afirma Gisela Kassoy, especialista no assunto.
Thinkertoys: A Handbook of Creative-Thinking Technique
Michael Michalson
Um Chute na Rotina
"O livro fala sobre o processo criativo, sobre como acontece a geração de ideias, como aplicá-las e o sucesso que isso traz", diz Paulo Campo, do Lab SSJ. Para isso, a obra traz uma série de estratégias práticas para fazer a criatividade tomar corpo na sua rotina.
Um Chute na Rotina - Os Quatro Papéis Essenciais no Processo Criativo
Roger Von Oech
Um "toc" na cuca
Muitas vezes, o caminho para a inovação está em, simplesmente, encarar a trilha de uma maneira diferente. Nesta obra, segundo Campo, o objetivo do autor é ajudar os leitores a "descondicionar a forma de pensar", diz. Para isso, ele investiga alguns dos principais bloqueios mentais e padrões que limam o pensamento criativo.
Um toc na cuca
Roger Von Oech
Ulysses
Para Isabella Prata, diretora da Escola São Paulo, o clássico de James Joyce pode ser uma excelente ferramenta para treinar o olhar para a criatividade. Motivo? “A história toda gira em torno de possibilidades e memórias”, diz. Lembrando que uma das principais dicas para ser mais criativo é arquitetar alternativas absurdas mentalmente.
Ulysses
James Joyce
Boquitas Pintadas
O segundo livro do argentino Manuel Puig conta a história de um jovem tuberculoso e sua relação com a sociedade argentina da época. Segundo Gisela, a inovação da obra está na maneira como o texto foi escrito. “Em um capítulo, é uma pessoa escrevendo uma carta, em outro, uma resmungando oiu pensando. Não tem narrador, não tem descrição. Tem situações que acontecem e as pessoas vão se encontrando”, descreve.
Boquitas Pintadas
Manuel Puig
Chema Madoz
O espanhol Jose Maria Rodriguez Madoz, conhecido como Chema Madoz, é famoso por suas fotografias surrealistas em preto e branco. “A partir de alguns objetos, o fotógrafo cria outros e mexe muito com a criatividade”, diz Gisela.
Chema Madoz
La Fábrica Editorial
Thoughtless Acts?
Compilado pela antropóloga Jane Fulton Suri, que atua na IDEO, a obra traz fotografias que mostram como nós adaptamos e interagimos com o mundo – sem perceber. “As fotos mostram o que as pessoas fazem ‘automaticamente’, mas que trazem uma ideia de design”, diz Gisela.
Thoughtless Acts?
Jane Fulton Suri
Editora: Chronicle Books Llc
O Andar do Bêbado
Por mais que você suponha ter controle de tudo, o aleatório ou o acaso sempre dá o ar da graça. É sobre a maneira desajeitada com que lidamos com os imprevistos que este livro trata. “As coisas não acontecem exatamente da maneira como foram planejadas. Elas acontecem mais como o andar de um bêbado. Você precisa de muita criatividade para lidar com isso”, diz Glória.
O Andar do Bêbado
Leonard Mlodinow
Editora Zahar
Mania de explicação
“Vaidade é um espelho em todos os lugares ao mesmo tempo”. “Emoção é um tango ainda não feito”. “Orgulho é uma guarita entre você e o da frente”.
Com definições assim, o livro infantil “Mania de explicação” é um convite para os marmanjos trocarem a definição burocrática do dicionário por significados mais inspiradores. “Ao explicar sentimentos de uma forma tão ingênua, o livro faz com a gente pense conceitos de uma nova forma”, afirma Glória Kassoy, especialista em criatividade.
Mania de explicação
Adriana Falcão
Editora Salamandra
Nicolau Tinha Uma Ideia
Das sinapses dos neurônios até a inovação de fato, a ideia percorre um longo percurso. E, em alguns momentos, ela se faz do diálogo entre uma ou mais pessoas. É o que mostra este bem humorado livro infantil sugerido por Gisela. Com 34 páginas recheadas de ilustrações, a obra traz uma lição fundamental para quem quer ter boas ideias.
Nicolau Tinha Uma Ideia
Ruth Rocha
Editora Quinteto Editorial
Era urso?
Como o urso (ou não) do livro, todos devem se questionar sobre o estilo de vida que segue e que determina as ideias criadas na cabeça. “Você vai ter uma vida criativa ou uma vida imposta? Qual estilo de vida você quer ter?”, sugere Gisela. Esta aí mais um livro infantil para sair da caixa.
Era urso?
Esdras do Nascimento
Editora Ediouro
Sexus, Plexus e Nexus
Os livros da trilogia “A crucificação rosada”, do americano Henry Miller, foram a base da criatividade de Isabella Prata, diretora da Escola São Paulo. Ela os leu, pela primeira vez, aos 13 anos. “O mais chocante das histórias sobre sexualidade era que não faziam parte da minha realidade, era um assunto que não era meu. Era um universo novo, como se fosse uma metáfora”, conta.
Sexus, Plexus e Nexus
Henry Miller
Cia das Letras
A estratégia do oceano azul
Com o subtítulo “Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante”, este livro sugere caminhos alternativos para tocar o próprio negócio. “Há dois tipos de estratégia: a do oceano vermelho, que você mata o seu concorrente, e a do oceano azul, quando você cria outra coisa para a qual não há concorrente”, diz Gisela. “Mostra como você consegue criar algo inédito”.
A Estratégia do Oceano Azul
W. Chan Kim, Renée Mauborgne
Editora Campus
Pensamento Lateral
Neste livro, de acordo com Paulo Campo, do Lab SSJ, Edward de Bono mostra algumas técnicas de resolução de problemas. Para o autor, batemos tanto a cabeça na hora de encontrar um caminho, não porque enveredamos por uma lógica equivocada, mas sim, porque percebemos de uma maneira equivocada. Por isso, em vez de atacar o problema de frente, o autor sugere, no livro, que olhe a celeuma sob diferentes pontos de vista.
Pensamento Lateral
Edward de Bono
Fonte: exame.abril.com.br
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