Por Eduardo Ferraz
A pergunta que mais ouço é: “Qual é o caminho mais seguro para uma empresa aumentar sua produtividade e lucratividade?”. A minha resposta: “Os líderes deveriam gastar, no mínimo, 30% de seu tempo contratando, treinando e avaliando pessoas”. Tomo emprestada a metáfora do consultor Jim Collins, que diz mais ou menos o seguinte:
Se a empresa fosse um avião, o comandante deveria ter quatro prioridades:
- Embarcar as pessoas certas e desembarcar as erradas.
- Colocar as pessoas certas nos lugares certos.
- Definir a rota com essas pessoas.
- Não descansar enquanto, no mínimo, 90% das pessoas estiverem orientadas e posicionadas.Pode parecer muito tempo dedicado à essa atividade, mas, além de facilitar a decisão na hora de promover, transferir ou demitir alguém, esse tempo aumentará enormemente sua capacidade de aproveitar das pessoas o que elas têm de melhor, posicionando-as nos lugares certos e aumentando consideravelmente sua produtividade e motivação para o trabalho.
O principal desafio de um gestor é descobrir quais são os talentos de seus funcionários, aperfeiçoá-los e posicioná-los corretamente. Se a pessoa está no lugar errado e não houver outro adequado a ela, demita-a e comece a procurar outra!
Em vez de olhar apenas o currículo dos candidatos, de dentro ou fora da empresa, coloque uma lupa no histórico, pois todo mundo, sem exceção, deixa um rastro durante a vida, o qual mostra uma clara tendência para o futuro. A personalidade, ao contrário do que muitos pensam, é relativamente estável e, portanto, previsível. Coloque pessoas com rastro impecável e aptidão para a vaga e as chances de acertar uma contratação aumentarão muito.
Há quem duvide que um presidente de empresa possa gastar tanto tempo com recrutamento, sendo ele tão ocupado. São raros, mas existem. Não digo que os dirigentes têm que substituir ou fazer o papel do RH, mas trabalhar em total sintonia, participando da seleção em todos os cargos estratégicos desde as dinâmicas de grupo e até da análise do que deu certo ou errado em cada contratação. Não espere um “prato feito”, prepare a comida com sua equipe de RH.
Se você, como líder, investir seu tempo nessa análise, com certeza colocará com muito mais frequência as pessoas nos lugares certos.
Eduardo Ferraz é consultor em gestão de pessoas e especialista em treinamentos e consultoria in company, com aplicações práticas da neurociência. É autor do livro Por que a gente é do jeito que a gente é?, da editora Gente.
Fonte: Revista Liderança
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