Como Organizo Uma Loja?
O tipo de consumidor que você deseja atrair determina o tipo de loja que você deve montar. Um estabelecimento muito luxuoso, num bairro popular pode afastar seus clientes potenciais, mesmo quando oferece bons preços. Do mesmo modo, uma aparência excessivamente modesta pode afastar consumidores de alto poder aquisitivo, mesmo que seus produtos sejam destinados a eles.
Para poder planejar corretamente o espaço de sua loja, é indispensável responder a algumas perguntas. As respostas lhe permitirão saber qual a imagem que seu estabelecimento comercial deve ter para tornar-se uma referência na paisagem da rua - Aquela é a loja X - e para que sua presença possa ficar gravada na mente da clientela que você quer conquistar.
Avalie:
- quais produtos serão expostos na loja?
- quantas pessoas você estima atender por dia?
- quantos vendedores você terá?
- qual o estoque necessário na loja?
- para quem você pretende vender seus produtos - sexo, idade, classe social, hábitos de consumo, escolaridade etc.?
Layout: quem é quem e onde fica o quê?
Para que sua loja cause uma boa impressão ao cliente, de que tudo funciona adequadamente, é necessário um bom layout - uma boa distribuição de suas áreas. Ela garante a funcionalidade das atividades e seu resultado influencia diretamente as vendas.
- Entrada: a porta de entrada deve facilitar ao máximo o acesso. Sua largura mínima deve comportar a passagem de cadeira de rodas. Se tiver que permanecer fechada, é melhor que seja de vidro para que o cliente possa visualizar o interior da loja. A porta mais indicada é a dupla, com uma folha abrindo para dentro e outra para fora, com os avisos "empurrar / puxar" bem visíveis. Quem atende uma clientela feminina deve pensar na entrada e na circulação de carrinhos de bebê, evitando desníveis no piso, o que facilita também o acesso aos usuários de cadeira de rodas.
- Espaço: quaisquer que sejam as proporções da loja, o espaço parecerá apertado se os móveis ocuparem mais de 40% da área. Se a loja for pequena, existem algumas soluções engenhosas, como recursos de iluminação, pintura em cores claras e espelho que aumentam a sensação de espaço e a luminosidade.
- Circulação: uma circulação confortável no interior da loja requer corredores amplos, planejados como vias de mão-dupla, e que propiciem uma visão plena dos produtos. Para evitar atropelos entre clientes ou desencontros entre consumidores e vendedores, o percurso do cliente na loja pode ser previamente delineado, visando o melhor fluxo de circulação.
Alguns princípios básicos devem ser levados em conta:
- o fluxo de circulação, em qualquer espaço, tende sempre a dirigir-se para a direita, em sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Para tirar proveito disso, um bom truque é colocar algum tipo de atrativo no fundo da loja - ofertas no caso de confecções, ou produtos da cesta básica e açougue, no caso de supermercado. Assim, evita-se transformar o fundo da loja em uma zona morta e garante-se a circulação por todo o espaço, distribuindo-se no percurso uma seqüência bem programada de produtos;
- todo estabelecimento tem algumas zonas "quentes" que parecem atrair o cliente e outras que passam despercebidas. Para aquecer as zonas "frias", existem certos recursos como, por exemplo, em supermercados ou loja de alimentos, a colocação de uma mesa para a degustação de algum produto;
- em lojas onde a entrada e a saída são separadas, como é o caso de supermercados, a melhor localização para o CAIXA é à esquerda da porta de entrada.
- Sinalização: uma boa sinalização contribui para orientar a circulação. Ela pode ser em forma de cartazes e setas; nesse caso, para que o cliente as enxergue de qualquer ponto, convém que prateleiras e gôndolas do meio da loja não ultrapassem 1,50m. Piso de cores e materiais diferentes, iluminação e cores variadas nas paredes e prateleiras, separando as seções, constituem outras formas de sinalização.
- Exposição dos produtos: uma exposição organizada não é só uma questão de bom senso. É claro que os perecíveis requerem uma seção refrigerada e que alimentos não combinam com produtos de limpeza. Mas juntar e separar mercadorias também é uma forma de organizar o fluxo, despertar o interesse do cliente e induzi-lo à compra, pois:
- o lugar indicado para as meias é ao lado de sapatos ou tênis. Salgadinhos próximos a bebidas funcionam como uma boa sugestão;
- se o cliente costuma ficar alguns minutos na fila do caixa, o que deve ser sempre evitado, esse é um bom local para produtos pequenos ou ofertas que o animem a uma última compra antes de sair;
- para tirar melhor proveito do espaço, é preferível colocar um maior número de itens em exposição a grandes quantidades de um mesmo produto.
- Área de vendas: é fundamental garantir ao vendedor um espaço confortável para ter acesso à mercadoria e atender o cliente sem constrangimento:
· portas de correr em prateleiras e balcões são mais indicadas que portas de abrir e gavetas, as quais exigem o dobro de espaço para serem abertas;
· as prateleiras junto à parede devem ser ter no máximo 2m de altura, para não dificultar o trabalho do vendedor.
- Estoque: a área destinada ao estoque deve estar prevista no layout, de acordo com as necessidades do negócio e o tipo de produto, perecível ou não. Ele deve estar em local acessível para abastecer a área de vendas e não pode subtrair espaço de exposição e vendas.
- Emergência: também é necessário considerar a facilidade de esvaziamento do estabelecimento em caso de incêndio ou outro tipo de emergência. Os extintores, adequados ao tipo de material da loja, ficarão localizados segundo o projeto de prevenção contra incêndios, aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Se houver portas de emergência, serão claramente sinalizadas, abrindo para fora, e nunca trancadas ou bloqueadas por móveis ou volumes.
Mobiliário, circulação e outros espaços:
- Fachada: é um excelente meio de oferecer uma visão positiva da loja. Deve ser a mais adequada possível ao público que pretende atrair e aos produtos e serviços que tem a oferecer.
- Vitrine externa: além de elemento da fachada, é onde se exibem produtos. Dá também uma ideia da personalidade da loja, e é o primeiro contato do cliente com o interior da loja, que ele vê através do vidro.
- Prateleiras: prolongamentos da vitrina, que têm a vantagem de propiciar ao cliente um contato mais próximo com o produto. Devem estimular sua curiosidade e interesse.
- Caixa: ponto de observação para controlar o movimento da loja. Deve ser discreto para não desviar a atenção do cliente da área de vendas e suficientemente visível para que não tenha dificuldade de achá-lo na hora de pagar.
- Mostrador: excelente recurso para exibir mercadorias pequenas e objetos frágeis ou de valor, que precisam ser guardados de forma segura.
- Balcão: um dos elementos que definem a circulação de um lado fica o cliente, de outro o vendedor, que ali demonstra os produtos. Suas dimensões e localização não devem dar a impressão de ser um obstáculo entre o cliente e a mercadoria.
- Circulação: a mais livre possível, sugerindo ao cliente a melhor direção para examinar as mercadorias, sem nada que desvie seu interesse dos produtos expostos, sobretudo daqueles para os quais se quer dar maior destaque.
- Depósito: evite desperdício, sobretudo se o espaço de vendas for pequeno. Em alguns casos, é mais vantajoso reduzir o estoque ou mesmo guardá-lo em outro local.
- Sanitários: instalações impecáveis também são um bom cartão de visitas. Este é um dos itens que deve seguir a legislação municipal, conforme o número e o sexo dos funcionários e o uso ou não por parte do público.
- Administração: planeje o espaço para que as tarefas e o fluxo de documentos administrativos acompanhem a velocidade das vendas. O conselho vale para lojas de pequeno porte, nas quais uma parte do balcão substitui essa área.
Fonte: Site SEBRAE-SP
Fonte das imagens: gettyimages
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