Compare as Diferenças Entre Abrir Uma Franquia e Criar Uma Nova Marca
Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
O primeiro passo que um aspirante a franqueado precisa avaliar antes de "se jogar" no mundo das franquias é saber se tem o perfil para o tipo de negócio, que tem vantagens e desvantagens em relação à criação da marca própria.
O principal ponto positivo da franquia é a segurança de uma marca já inserida no mercado. Por outro lado, é preciso se submeter a uma série de regras estabelecidas pela franqueadora, além de, na maioria das vezes, precisar pagar taxas mensais sobre o faturamento e para campanhas de marketing, dizem especialistas.
Marinheiro de 1ª viagem
Para os marinheiros de primeira viagem, a principal vantagem da franquia é não começar tudo do zero: o franqueador já fez todo o trabalho de criar uma marca e sua imagem, calcular os investimentos necessários para abrir uma unidade e estimar uma rentabilidade ao negócio, explica o consultor do Serviço Brasileiros de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo (Sebrae-SP), João Abdalla.
Ao franqueado, cabe entrar com o investimento para abrir uma unidade e fazer sua gestão, mas sempre com o apoio do franqueador.
Por outro lado, o franqueado precisa pagar taxas de abertura, royalties (porcentagem sobre o faturamento a ser paga, que pode ser nula ou atingir 20%, por exemplo) e taxas de marketing, e submeter-se a padrões de oferta e exposição de mercadorias, explica o especialista.
“Só o fato de ser uma franquia não significa que é um bom negócio. Ela não vai funcionar sozinha, vai exigir empenho do franqueado (...). O franqueador investiu, testou, errou. Parte de uma marca já está formatada. Então, é preciso seguir as regras”, afirma Abdalla.
Marca própria
Ao optar por criar a própria marca, por sua vez, o empresário precisa investir mais tempo e dinheiro na parte inicial do negócio, que é justamente o período de tentativa e erro, de projeto, explica André Friedheim, sócio-diretor da Francap, empresa de consultoria na área de franchising. "Ele vai demorar mais tempo em desenvolvimento de máquinas e softwares, por exemplo. Vai ter que contratar funcionários que ainda não sabe o perfil, entre outras coisas", sugere.
Em relação ao investimento inicial em ambos os tipo de negócio, Friedheim avalia que, em alguns casos, pode até ser mais barato investir na franquia, mas o valor pode variar muito. "Se eu for computar toda a parte de pesquisa, homologação e relação com fornecedores, abrir o próprio negócio às vezes é mais caro que a franquia", diz.
Perfil
Friedheim aponta, ainda, que uma pessoa com um perfil muito empreendedor talvez não se encaixe muito nas regras de uma franquia. "Às vezes, a pessoa muito empreendedora não é o perfil, pois se irrita em ter que seguir certo padrão. Por exemplo, no caso do McDonald's, não adianta querer pintar o 'M' do logotipo de verde, que não vai poder. No próprio negócio, a pessoa vai por tentativa e erro", diz.
Friedheim, assim como Abdalla, também avalia que a franquia pode ser uma boa opção para quem não tem muita experiência em gestão, já que as franqueadoras dão apoio nesse sentido.
Taxa de mortalidade
Um dos fatores bastante citados por especialistas em relação às franquias é a baixa taxa de mortalidade, que é de 1% no primeiro ano de vida e de 5% nos 5 primeiros anos, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). No caso de empresas convencionais, estudo do Sebrae-SP aponta que a taxa de mortalidade das empresas paulistas no primeiro ano de existência ficou em 27% em 2010. No indicador para os 5 primeiros anos, o índice ficou em 58%.
Seja qual for a escolha, contudo, o especialista da Francap dá a dica: ter o próprio negócio exige muito trabalho. "Às vezes, a pessoa fica com a impressão de que vai trabalhar menos. Seja franquia ou negócio próprio, trabalha-se mais. A pessoa não tem um chefe, mas precisa se automotivar e motivar a equipe", diz.
Fonte: pequenas empresas grandes negócios
Fonte da imagem: gettyimages
0 Comentários