Por Raúl Candeloro
Um livro que todo empresário deveria ler é A Alquimia do Crescimento, publicado no Brasil pela Editora Record. Nele, Mehrdad Baghai e seus colegas da McKinsey defendem que uma empresa, para crescer, precisa administrar projetos em três horizontes diferentes.
Horizonte 1 – É o presente, os projetos ligados ao dia-a-dia, a busca de metas estabelecidas. O perfil do profissional de sucesso nesse horizonte busca a maximização do lucro através da excelência na execução.
Horizonte 2 – Novidades e lançamentos. São os novos produtos e serviços lançados por empresas para completar seu mix, entrar em novos mercados, contra-atacar a concorrência, etc. O perfil do profissional de sucesso aqui são empreendedores que aceitam o desafio de desbravar novas fronteiras.
Horizonte 3 – É o que chamaríamos de “laboratório”. É onde novas idéias e conceitos são testados – se forem aprovados e tiverem viabilidade comercial, passam para a fase 2. Nesse estágio, precisamos de visionários e planejadores estratégicos.
Da mesma forma que qualquer expert no mercado de ações recomenda que se tenha um portfólio de empresas na sua carteira de investimentos, os autores também defendem que a empresa precisa ser uma máquina constante de lançamentos e inovações. A questão toda é saber quais são exatamente os projetos que deveriam ser estimulados e como isso deveria ser feito. A idéia é se criar um funil de projetos sendo desenvolvidos (“stairways” ou escadarias), que permitam à empresa se adaptar ao meio ambiente, sempre em mutação, e ir “subindo” pela nova escadaria em busca de um futuro promissor sustentável. Daí a necessidade de administrar os três horizontes.
Isso é claramente difícil e complicado, pois as exigências de cada uma das fases são obviamente diferentes umas das outras. E as empresas que desenvolvem uma competência raramente conseguem administrar bem as outras duas – até mesmo por causa de atritos internos constantes.
Por exemplo: quando mal planejados, os projetos do Horizonte 2 também são maltratados e, com isso, minam o crescimento das empresas. É comum um novo produto ou serviço ser lançado com expectativas altíssimas, pressão sobre equipes de vendas, campanhas de lançamento, etc. e, depois, deixado de lado porque atrás dele vem um outro lançamento que precisa de atenção.
Mesmo sabendo que um novo produto ou serviço leva tempo para se estabelecer e atingir seu pleno potencial, a correria é tanta que não se consegue dar a eles a atenção necessária. É mais ou menos como fazer um suco de laranja, tendo apenas um segundo para espremê-la. Metade do suco fica na fruta, não sendo aproveitado por causa da pressa. É a mesma sensação que me dá em muitas empresas que visito. As pessoas claramente ficam frustradas com isso, mas não sabem o que fazer e continuam lançando novidades mesmo assim.
O segredo todo está no equilíbrio. Escolher e planejar bem os projetos nos quais vai se investir (Horizonte 3), testá-los e desenvolvê-los com paciência, permitindo que realmente cresçam e alcancem todo o seu potencial (Horizonte 2) e, depois, foco total na disciplina e excelência operacional (Horizonte 1).
O interessante é que a mesma lógica pode ser aplicada para projetos pessoais. Assim como as empresas, qualquer pessoa de sucesso estará sempre administrando esses três horizontes – curto, médio e longo prazo. É isso que evita a acomodação e nos faz crescer. E você – como tem tratado seus horizontes? Quanto suco tem tirado das suas laranjas?
Raúl Candeloro (raul@vendamais.com.br) é palestrante e editor das revistas VendaMais®, Motivação® e Liderança®.
1 Comentários
Um grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha