Advertisement

Responsive Advertisement

Armadilhas da soberba – parte 01



Confiança na dose certa ajuda você a crescer na carreira. Em excesso, pode levar a erros gigantescos



A auto-estima é um componente fundamental para crescer na carreira. Ela se traduz em confiança e ajuda a tomar as decisões difíceis no dia-a-dia. Quando você erra, é essa mesma confiança que o faz reconhecer equívocos e seguir em frente. Ela é diretamente proporcional à quantidade de conhecimento que você tem a respeito de um assunto, ou à experiência que já acumulou para realizar determinada tarefa. Portanto, ser confiante é bom. O problema está no excesso de confiança, também chamado de orgulho ou soberba. Trata-se de uma armadilha em que muitos profissionais bem-sucedidos costumam cair. Seu maior perigo? Normalmente, só se percebe a soberba quando já é tarde demais.


Tome-se como exemplo a atual crise financeira. No Brasil, as empresas e seus executivos operam no mercado de derivativos de câmbio, obtendo grandes ganhos financeiros. Quando essa operação regular dá lugar à tentação de lucros exorbitantes, o que se vê são casos como o da Aracruz, da Votorantim e da Sadia. Neles, seus executivos se achavam espertos demais para ser pegos por um aumento rápido na cotação do dólar. "De fato, a chance de dar errado era mínima, mas foi subestimada por vários profissionais", diz José Rogério Luiz, de 44 anos, vice-presidente executivo da Totvs, empresa brasileira de software de gestão. Quando a crise veio e o dólar subiu, o prejuízo foi de bilhões de reais. E mais: vários executivos perderam seus empregos. "Regra geral, os líderes são os mais expostos à soberba", diz o suíço Paul Strebel, professor de liderança e mudança estratégica da IMD, escola de negócios com sede em Lausanne, na Suíça.


Se o profissional souber evitar idéias preconcebidas, diz o professor, ele escapa das armadilhas do ego. "Abra tempo na sua agenda para ver, ouvir e entender o que está ocorrendo na empresa e no mercado", recomenda. A melhor forma de não ser excessivamente confiante, diz Paul, é ter a lembrança de um fracasso. Ao sentir a experiência na carne, a pessoa aprende. E quem é jovem e inexperiente como pode se policiar? A saída é encontrar interlocutores capazes de contestar suas convicções. "Precisa ser uma pessoa independente, de personalidade forte e capaz de acender uma luz vermelha para você", diz. O interlocutor certo depende do que você precisa. Veja alguns exemplos de anjos da guarda:


• Clientes Se você vai lançar um produto ou serviço, precisa ir à rua ouvir a opinião de quem vai comprar.


• Concorrentes Se você trabalha no reposicionamento de sua empresa ou de um produto específico, assegure-se de que você não está apenas imitando seus concorrentes, que conhecem o mercado tão bem quanto você. Tente pensar com a cabeça do rival.


• Funcionários Ao sugerir uma mudança, ouça o que acham da idéia subordinados e funcionários que serão impactados por ela. "Eles sabem o que precisa ser consertado", diz Paul.


• Investidor Se a intenção é trazer mais dinheiro para a empresa ou abrir um negócio, tente ouvir o que um investidor acha de seu plano de negócios.



A outra parte da culpa pela existência de executivos que falham por excesso de confiança está na própria cultura corporativa. Um componente da soberba é o poder conferido a alguns líderes. "Cria-se uma situação em que ninguém tem coragem de questionar o chefe", explica o professor. Numa hora dessas, é preciso se posicionar. "Tente explicar o que, de seu ponto de vista, é a decisão certa a ser tomada para o negócio", diz Antonio Sergio de Almeida, diretor administrativo-financeiro da Morganite do Brasil, fabricante de produtos de fibra cerâmica.




Fonte: você s/a

Postar um comentário

0 Comentários