"Estou insatisfeito no trabalho".
"Sinto-me sozinho, sem interlocutor para trocas significativas".
"Tenho a sensação de que estamos perdidos, sem rumo".
"A insegurança parece estar cada vez mais presente no clima organizacional".
"Sinto-me impotente para conseguir o que está sendo cobrado".
Estas são falas comuns no meio empresarial, ora manifestas, ora ocultas, mas sentidas por muitos. São sentimentos individuais e coletivos que estão associados a frustrações, ansiedades, medos, angústias e depressões da vida atual.
Muitos profissionais parecem não reconhecer esse estado e vivem na correria desenfreada, com tentativas de acertos e erros. E o pior, os resultados alcançados parecem estar quase sempre aquém dos almejados. Isto provavelmente leva as pessoas a se isolarem cada vez mais, realizando seus trabalhos individualmente. A competição faz parte do dia-a-dia. Na competição, perde-se o sentido das interações com os outros. Por onde anda a cooperação, os verdadeiros trabalhos em equipe, as parcerias que funcionam na prática?
Felizmente, conhecemos casos de conquistas, de esforços conjugados. Dentre as tendências e fatos de mercado e sociedade, observamos quatro em crescimento:
- A cooperação multidimensional, envolvendo o interior e exterior da organização. Há um crescente desejo e uma necessidade de inclusão, seja de áreas funcionais, de processos, de conciliar diferenças.
- O crescimento individual como condição da evolução organizacional. Ambos devem crescer em paralelo com satisfação conjunta. Assim, o mundo micro se associa ao macro e este a um mundo ainda maior. Aplica-se, aqui, o conceito de co-evolução.
- O uso cada vez mais freqüente e competente de projetos: projetos organizacionais, projetos de vida, aprendizagem por projetos e outros. Se há projetos, há sonhos; se há sonhos, evocam-se potenciais.
- A educação continuada e inovadora preparando profissionais para conseguirem ver o mundo que se mostra cada vez mais complexo, diferente da educação tradicional com excessivo foco no texto, nas palavras. As múltiplas linguagens da mídia atestam a necessidade de ver-sentir-mudar em complemento ao paradigma do analisar-pensar-mudar. As tecnologias da informação e comunicação são bem-vindas nesse contexto quando estimulam nossos órgãos dos sentidos a captarem o que passa despercebido em nosso dia-a-dia.
Na emergência destes cenários, percebemos que programas de Mentoring e Coaching vêm ao encontro dessa realidade em transição. Mentoring, nessa perspectiva, pode ser conceituado como processo de apoio desenvolvido por um consultor/mentor com suporte de um time de especialistas a fim de ajudar um indivíduo (mentoreado) a melhor definir seu território, ampliar seu potencial e alinhar suas motivações internas com atividades e projetos que o levarão ao sucesso. Já Coaching diz respeito ao processo diretivo desenvolvido por gerente ou consultor externo a fim de treinar e orientar um colaborador em relação ao seu trabalho, à empresa e aos seus projetos, ajudando-o na superação de obstáculos com impacto em seu desempenho produtivo e inovador.
É interessante notar que tanto Mentoring quanto Coaching têm algo em comum. Ambos possuem como essência a relação interpessoal. Uma análise mais profunda denota o jogo de identidade e alteridade nas relações eu-outro. O outro pode ser visto como aquilo que falta e cuja presença permite a plenitude do eu, evocando situações de comunicação significativa e imprimindo sentido ao que se diz e ao que se faz. O trabalho de Mentoring e Coaching, portanto, estimula a reciprocidade entre pessoas na ampliação da percepção, descoberta de soluções, de decisões mais conscientes e de ações mais pertinentes para conseguir o que se busca.
Complementando a abordagem acima, quais são os meios de realização de um programa envolvendo essas duas atividades? Como ocorrem na prática? Aqui estão algumas formas de operacionalização: encontros e diálogos inovadores, visualização de cenas, entrevistas, dinâmicas de grupo, testes vocacionais, estudo da carreira, autobiografia, avaliação e desenvolvimento de competências, gestão de processos, gestão de projetos, análise de cenários, estruturação de situações problemas/oportunidades, mediação de conflitos, práticas de liderança, team building, análise do equilíbrio: família, trabalho, tempo e dinheiro, marketing pessoal, empreendedorismo e vivências alternadas, entre outros.
Empresas ou indivíduos optam por um ou pelos dois modelos conjugados em função de suas prioridades e expectativas de retorno. Os instrumentos e metodologias estão aí. As escolhas se fazem necessárias para se viver experiências marcantes no presente antes que seja tarde.
Empresas ou indivíduos optam por um ou pelos dois modelos conjugados em função de suas prioridades e expectativas de retorno. Os instrumentos e metodologias estão aí. As escolhas se fazem necessárias para se viver experiências marcantes no presente antes que seja tarde.
Márcio Zenker
Fonte: www.RH.com.br
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