Método desmistifica a ideia de que são necessários vários meses para desenvolver uma nova habilidade. Saiba como
Por Eber Freitas
A vida é muito curta para fazermos tudo o que queremos: tocar um instrumento musical, aprender novos idiomas, uma nova profissão, dirigir carros velozes ou motocicletas, saltar de bungee jump, dentre outras atividades legais para as quais nunca temos disposição. O tempo que leva para desenvolver cada uma dessas habilidades simplesmente não compensa. É esse mito que o especialista em produtividade Tim Ferris, o mesmo que idealizou a redução da carga horária de trabalho semanal de 40 para 4 horas, quer derrubar.
Em um novo programa seriado que vai ao ar na TV norte-americana, Ferris mostra que é possível, por exemplo, se tornar um exímio baterista de uma banda de rock em apenas sete dias. Seu método se baseia no gerenciamento dos neurotransmissores e outras maneiras de "hackear" o cérebro.
Foco na técnica
A primeira atitude a tomar, segundo ele, é separar as técnicas dos atributos -- para aprender Le Parkour, esporte de origem francesa que envolve saltos sobre obstáculos urbanos, é preciso descobrir onde é possível "trapacear" para chegar rapidamente aos níveis mais avançados. A força muscular necessária não virá em uma semana, mas a técnica pode ser desconstruída e rapidamente aprendida.
Mente x corpo: falsa dualidade
Entretanto, essa separação não quer dizer que o cérebro e o corpo são duas coisas distintas -- segundo Ferris, são "interdependentes". Em um dos episódios gravados, ele tenta aprender o idioma filipino em menos de 4 dias. O objetivo é adquirir fluência suficiente para ser entrevistado durante 6 minutos ao vivo na televisão. Ferris destaca que evitou aprender um idioma tonal -- como vietnamita --, que exige recondicionamento físico das cordas vocais. "É um grande trabalho mental, mas também há um componente físico", explica.
"Quando as pessoas pensam em atividade mental, tendem a imaginar um teletransporte elétrico para o mundo etéreo que não tem nenhum custo para o corpo", diz. Ferris lembra que o cérebro deve estar bem irrigado com sangue e oxigênio para funcionar bem, e que o esforço excessivo do órgão leva a uma queda na performance. Assim como em atividades físicas, é preciso tanto estimular quanto parar para recuperar o fôlego da mente.
Metodologia
Para que seja possível aprender inúmeras novas habilidades, é necessário ter uma metodologia extremamente focada. Ferris afirma utilizar dois: DiSSS(desconstrução, seleção, sequenciamento e incentivo) e CaFE (compressão, frequência e codificação). Leia abaixo um trecho da Fast Company onde Ferris explica cada um desse conjunto de ferramentas (excluímos a maioria dos exemplos).
"Desconstrução é pegar alguma coisa […] e quebrar em vários pequenos componentes, de forma que eu possa estudá-la de forma mais efetiva […] Depois temos seleção, que é o elemento que exige mais foco entre todos. Faça análise 80-20: identifique os 20% de entradas que contribuem com os 80% de saídas que você deseja […] Sequenciamento: em que ordem você quer aprender essas coisas, e em que ordem você quer praticar essas coisas? Depois vem o incentivo: construir incentivo para que você possa, de fato, seguir o programa".
O último ponto é onde as pessoas mais pecam: não conseguem manter dietas por mais de uma semana, ou toca a guitarra apenas duas vezes e não toca mais. "[Isso acontece] porque não há penalidades, não há custos. Você não é demitido do trabalho porque parou de tocar guitarra", diz.
Já a segunda metodologia, garante Ferris, é secundária.
"Compressão é como prevenir o domínio completo pegando os fundamentos de uma dada habilidade e comprimi-la em uma ou duas páginas, para que, sempre que você se sinta debaixo d'água, possa retornar a ela. Frequência é o regime ótimo de treinamento: quando são as folgas, quanto tempo duram as folgas, quando você vai estudar. Codificar é o que a maioria das pessoas associa a truques de memória: como estabilizar um assunto escorregadio, como usar imagens e mnemotécnicas para memorizar um conjunto de cartas, por exemplo".
O que você acha dessa metodologia? Realmente pode ajudar a aprender várias habilidades e técnicas em menos de uma semana? Deixe sua opinião nos comentários.
Com informações da Fast Company
Fonte: administradores.com.br
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