Por Diego Andreasi
Se você é chefe, o que acha que seus funcionários (e outras pessoas) diriam a seu respeito?
Para o prof. Robert I. Suttom, autor do livro Bom Chefe, Mau Chefe, os chefes, assim como outros seres humanos, são juízes notoriamente fracos de suas próprias ações e realizações. Para o autor, a maioria dos chefes, e consequentemente das pessoas, sofre do que ele chama de viés de autoengrandecimento, ou seja, tendemos a acreditar que somos melhores do que o resto – e temos muita dificuldade para aceitar ou lembrar de fatos contrários.
Para comprovar seu ponto de vista, o autor cita em seu livro dois estudos. O primeiro, por exemplo, mostrou que 90% dos motoristas acreditam que têm habilidade acima da média para dirigir. De forma parecida, a segunda pesquisa com quase 1 milhão de graduandos do ensino médios nos Estados Unidos mostrou que 70% afirmaram ter habilidade acima da média em liderança, enquanto apenas 2% disseram ter habilidades abaixo da média.
Esses estudos me fizeram lembrar de um pequeno exercício que fiz em um curso de negociação. Naquela altura, o professor pediu para que todos os participantes se dessem notas de 0 a 10 baseados em alguns critérios previamente definidos, como inteligência, carisma, confiança, liderança, etc… Posteriormente, quando ele juntou os resultados de todos os testes, comentou algo que fez a sala cair em risadas:
“Parabéns pessoal, vejo que estou ministrando um curso para futuros Einstein’s, pois o que mais vejo são notas 10 para o quesito inteligência.”
Enfim, esse viés de autoengrandecimento ampliado ajuda a explicar por que você provavelmente conheça alguns – ou talvez muitos – chefes que têm visões falsas ou exageradas sobre si mesmo.
E o que fazer para evitar cair no truque do autoengrandecimento?
Para o autor, os funcionários, colegas, superiores e clientes proporcionam melhores informações sobre os pontos fortes, as fraquezas e as idiossincrasias de um chefe do que ele mesmo. É com base nesse princípio que todo final de semestre eu costumo aplicar um questionário para que meus alunos avaliem tanto a qualidade do conteúdo das minhas aulas, quanto o meu desempenho como professor.
Concluindo
A maioria das pessoas tem certeza de fazer autoavaliações mais corretas do que as dos seus pares. Infelizmente, essa certeza é apenas mais uma forma de autoengrandecimento. Se você se considera o raro chefe que se enxerga como os outros o veem, tome cuidado, é provável que esteja se iludindo.
E sabe o que é pior? As pessoas mais incompetentes são as que têm as avaliações mais exageradas de suas capacidades de desempenho.
Fonte: Administradores
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