Autor: Caio Lauer
Até pouco tempo atrás, as empresas não se preocupavam muito com a educação financeira de seus funcionários, pois acreditava-se que finanças pessoais são de responsabilidade de cada indivíduo. Porém, o meio corporativo começou a perceber que a falta de conhecimento dos profissionais em lidar com o salário impacta na empresa em relação à produtividade e motivação dos funcionários.
Assim como existe uma forte tendência das escolas aderirem à educação financeira de seus alunos, as empresas também vêm adotando essa prática, e hoje se tornou imprescindível que as organizações saibam como está a saúde financeira de seus funcionários.
“É interessante a preocupação por parte das organizações, já que este conhecimento não fez parte do nosso sistema educacional. Ninguém aprendeu na escola e na faculdade como usar cartão de crédito, cheque especial ou decidir em que tipo de previdência privada investir, por exemplo”, aponta Janser Rojo, especialista em educação financeira da QI Financeiro Consultoria.
A maior parte dos investimentos feitos pelas organizações é focada em treinamentos técnicos, e esta missão de conscientizar financeiramente os colaboradores é algo relativamente novo. Para aplicar um programa de educação financeira em uma empresa é preciso identificar a situação dos profissionais. O segundo passo é a sensibilização neste propósito por parte da organização, por meio de palestras com especialistas, despertando o interesse na causa. Por fim, existe o desenvolvimento de cursos que irão direcionar as pessoas às melhores atitudes dentro da realidade financeira de cada um – algumas empresas também vêm instalando postos de atendimento de orientação financeira de plantão como suporte diário para os colaboradores.
Existem testes de educação para identificar três tipos de perfis nos profissionais: endividado, equilibrado (não deve, mas também não possui reservas) ou investidor (possui caixa para injetar capital em negócios e bens). “O equilibrado, muito provavelmente, será um futuro endividado pelo fato de não possuir reservas. Vivemos nossas vidas com muitos imprevistos, como perda do emprego, doença na família, entre outros fatores, que podem exigir uma renda extra”, explica Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira.
Saúde financeira dos funcionários traz vantagens para a empresa
Um funcionário que fica com a cabeça pensando em dívidas domésticas não consegue produzir de forma plena. Os problemas causados pelo dinheiro fazem com que o profissional perca o foco no trabalho.
Além de proporcionar benefícios pessoais para os funcionários, a educação financeira também traz diversas vantagens para as companhias. Com maior estabilidade, o profissional conseguirá desenvolver suas funções com mais equilíbrio e motivação, o que acarreta na diminuição do absenteísmo e presenteísmo, além de estimular maior produtividade do capital humano.
“Uma forma prática do RH identificar a saúde financeira de seus empregados é por meio da demanda de crédito consignado, solicitações de adiantamento de 13º salário e também a venda total ou de um período das férias”, alerta Domingos. Para o educador, todos estes pontos são sinais latentes e que alertam o RH para um cuidado maior neste sentido.
FONTE DA IMAGEM: idem
0 Comentários