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O "Burnout" dá Seus Sinais

Com mercados financeiros de muitas regiões alcançando altas recordes, a lógica sugere que os executivos deveriam se sentir mais felizes do que durante a crise econômica. Mas, para muitos no alto escalão das empresas, está ocorrendo o oposto – o que resulta em um número preocupante de suicídios de profissionais em diferentes partes do mundo nos meses recentes.

De acordo com Mark Winwood, diretor de serviços psicológicos da empresa de planos de saúde Axa PPP, esses acontecimentos não são surpreendentes após um longo período de crise. "As pessoas têm vivido com adrenalina alta nos últimos anos", diz o médico. "Depois de um tempo sem recarregar a bateria, é possível que se tornem, de repente, muito indispostas". Isso tem um nome: síndrome do "burnout".

Por que os executivos simplesmente não deixam o trabalho? Muitos sofrem do que Winwood chama de "confusão de prioridades", o que significa que eles não são capazes de ver como estão doentes e como têm pouco equilíbrio entre a vida e o trabalho.

Executivos do mercado financeiro, particularmente aquele de lugares como a City de Londres e Wall Street, frequentemente têm personalidade alfa – são competitivos, autocríticos e perfeccionistas, o que ajuda a aumentar o problema, diz Winwood. Apesar do estresse relacionado ao trabalho ser culpado na maior parte do tempo, na realidade esses profissionais muitas vezes sofrem de uma combinação de duas condições psicológicas comuns: depressão e ansiedade.

Para identificar quando isso acontece, segundo o médico, há sinais aos quais mesmo leigos podem ficar atentos.

Os sintomas psicológicos incluem a incapacidade de tomar decisões, a sensação de confusão mental ou uma agressividade incomum. As pessoas também podem sofrer mudanças bruscas de humor, sentir medo, perder a confiança ou se sentir desmotivadas.

Sinais físicos incluem se movimentar com mais lentidão e sofrer mudanças no peso. Alguns não conseguem parar de comer, enquanto outros perdem o apetite completamente. Dores sem explicação na cabeça, nas costas ou nos ombros também são comuns. À medida que a condição piora, as vítimas podem perder a disposição de cuidar do próprio corpo e parar de se importar com a higiene e a própria aparência. Elas podem deixar de participar de situações sociais ou não sentir mais prazer em hobbies dos quais costumavam gostar. Como resultado mais extremo, podem considerar se machucar ou cometer suicídio. "Há uma confusão nas prioridades, onde a importância dada ao trabalho toma conta de todo o resto e você sente a necessidade de atingir a perfeição no emprego", explica Winwood.

Se algum desses sintomas soar familiar, é hora de buscar ajuda profissional. Muitas empresas têm programas de assistência ao funcionário que são anônimos e podem indicar psicólogos treinados para os participantes.

Além disso, quando o estresse no trabalho se tornar intenso, é uma boa hora de considerar limites. "Separe um tempo para ficar sem seu BlackBerry quando não estiver perto de um telefone", diz Winwood.

Uma prática recente especialmente abominável se chama "virada mágica". Acontece quando executivos mais jovens trabalham até 72 horas ininterruptas, indo para casa apenas para tomar banho, trocar de roupa e voltar para a o trabalho logo antes do início do expediente. Como resultado, algumas empresas da City de Londres agora proíbem funcionários de trabalhar nos dois dias do fim de semana.

Outra solução é o treinamento em um tipo de meditação emprestada do Budismo, que comprovadamente ajuda a baixar a pressão e a reduzir a ansiedade. Ela é ensinada em empregadores diversos como o departamento de segurança nacional do Reino Unido, o Google e até algumas empresas de construção civil. Programas de meditação no trabalho já tiveram "resultados incríveis para diminuir doenças e ausências decorrentes do estresse", diz Winwood.


Fonte: valor.com.br
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