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Insatisfações Dentro da Empresa? Veja Dicas Para Aprender a Lidar Com o Chefe

Dificuldades em estabelecer um relacionamento produtivo com o chefe? Pensando em mudar de emprego devido a falta de empatia com o gestor? Estas são algumas das situações mais comuns no mundo corporativo moderno

Por Redação

Muitos profissionais decidem mudar de emprego ou de carreira devido a um relacionamento nocivo ou pouco produtivo com seus superiores. Pesquisas recentes relatam que 70% dos funcionários afirmam que os gestores são os grandes geradores do estresse do dia a dia. E as reclamações são muitas. Vão desde ao mau humor recorrente do chefe até a prática de assédio moral, passível de punições legais.

No entanto, até que ponto o colaborador também está contribuindo para a destruição de um laço tão importante, que é o estabelecido com o seu gestor, principalmente aquele que está diretamente ligado a ele hierarquicamente? Segundo Mariana Almeida, gerente de Recursos Humanos da Mega Sistemas Corporativos, para que possamos começar a destrinchar os meandros deste complexo relacionamento é necessário compreender que quando lidamos com pessoas não podemos dissociar as suas características pessoais, inerentes à personalidade de cada um, das competências profissionais. “Antes de sermos chefes ou subordinados, somos pessoas, cada um com seus valores, objetivos, desejos, ambições e sentimentos. Nossas formas de ser e agir são produtos do meio em que fomos educados e isso interfere diretamente em como lidamos com nossos medos, compromissos e responsabilidades, inclusive as profissionais”, explica.

De acordo com Mariana, para que o colaborador possa criar um ambiente propício para o intercâmbio de informações e conhecimentos e, sobretudo, estabelecer uma relação de colaboração com seu gestor, ele, a priori, deve estar disposto a absorver a cultura organizacional da empresa e, como sempre gostamos de ressaltar, ‘vestir a camisa’. “Muitos profissionais, na ânsia de inovar ou em um simples movimento de negação das regras vigentes, desafiam as missões e valores da empresa ‘batendo de frente’ com os seus líderes. Trazer novas ideias é importante, porém é preciso entender que a sua atividade é, em princípio, apenas uma peça em uma engrenagem maior. E se estiver insatisfeito com as normas da companhia, procure discutir as suas opiniões em fóruns adequados, como com o RH, ou busque outra oportunidade mais adequada ao seu perfil”, aconselha. “Também é preciso aprender a observar. Descobrir quais são os ‘gatilhos’ do chefe, ou seja, os dias em que uma palavra pode desencadear uma crise sem precedente, por exemplo”, diz. “Discussões inconvenientes e palavras ofensivas não combinam com o ambiente de trabalho. Pequenas rusgas e implicâncias, que surgem destes embates improdutivos, também são extremamente nocivas e podem contaminar toda uma equipe e até uma empresa inteira”, alerta.

Mas como todo relacionamento, para que ele seja saudável as duas partes devem estar predispostas a cooperar. “Infelizmente muitos líderes chegam a esta posição por um simples acaso do destino, ou seja, não estão preparados para gerir uma equipe e acabam sobrepondo as suas diretrizes individuais aos interesses da companhia. Daí, o insucesso é só questão de tempo”, lamenta Mariana.

No entanto, para a gestora de Recursos Humanos, muitos dos problemas que envolvem este complexo relacionamento poderiam ser evitados se as empresas investissem com mais seriedade na formação de seus líderes. “Além da expertise técnica, o líder é aquele que é capaz de driblar os seus problemas pessoais, financeiros, enfim, as suas insatisfações cotidianas no momento que em entra no escritório. Ele também tem que desenvolver a capacidade de inibir as atitudes mais impulsivas, como aquela vontade de chamar a atenção de um funcionário em voz alta após um erro comprometedor. Parece difícil. Sim, é. Mas se torna mais suave para aquele que realmente gosta de gente e tem por objetivo desenvolver as habilidades e competências de sua equipe”, ressalta. “Um verdadeiro líder não é temido, é admirado pela sua capacidade de tratar o outro com consideração e de resolver problemas e conflitos com eficiência e serenidade, além de ser alguém genuinamente motivado a ensinar os caminhos que podem ser trilhados pelos seus colaboradores em busca das metas e resultados almejados”, enfatiza. 

Mariana também é avessa as fórmulas impostas por muitos especialistas, que receitam comportamentos prontos aos liderados para ‘suportarem’ a convivência com seus gestores. “Não há fórmula mágica para a convivência. Nem nos círculos familiares, em que os laços de amor são supostamente profundos, a harmonia predomina sempre. É importante que todos tenham dentro de si um pouco de tolerância e o respeito necessário para transformar esta relação em uma troca de boas energias e em uma alavanca para a produtividade. Afinal é possível, sim, ser feliz no mundo corporativo, criando vínculos verdadeiros”, finaliza a executiva.


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