A pergunta chave é: você suportaria trabalhar aos domingos, feriados, até tarde da noite? Você se identifica com essa rotina?
Por Juliana Bittencourt
Pensar em adquirir um negócio próprio dentro de uma rede de franquias, faz parte dos sonhos de muitos empreendedores. Montar um restaurante pode ser uma ideia sensacional, pois você irá mexer com o paladar das pessoas e será capaz de despertar alegria naqueles que provarem seus pratos. Uma loja de sapatos femininos e acessórios é o sonho de qualquer mulher. Enfim, existem diversos segmentos prontos para atender às mais variadas necessidades e o maior número de pessoas. Mas existe um ponto que passa despercebido na hora de fazer a escolha.
A pergunta chave é: você suportaria trabalhar aos domingos, feriados, até tarde da noite? Você se identifica com essa rotina? Mais do que a identificação com o produto ou serviço, é necessário ter identificação com a rotina de trabalho, pois ao optar por ser seu próprio patrão, você estará assumindo o compromisso de ter dedicação e comprometimento para que as coisas deem certo.
Disponibilidade de capital, facilidade em encontrar o ponto comercial perfeito, enfim todos os itens básicos que são avaliados nas etapas de negociação com a franqueadora têm sim grande importância, mas a identificação com o negócio é talvez o mais importante de todos eles.
No processo de compra de uma franquia, os critérios de avaliação devem ser bilaterais e essa etapa deve ser conduzida com o máximo de cautela, pois uma fase pulada ou uma informação equivocada podem causar danos desastrosos para os dois lados.
Primeiro o franqueado define o segmento, o tipo de negócio que deseja montar e então começa a avaliar marca por marca. Da mesma forma, a franqueadora deve ter seus critérios para selecionar quem fará parte da rede.
Assim como as redes de franquia devem avaliar o nível de empreendedorismo do franqueado, se tem expectativas coerentes às oferecidas pela franqueadora, se será capaz de cumprir regras, normas e padrões estabelecidos pela rede, os candidatos a franqueados também devem ter seus critérios de avaliação.
Entender as regras do jogo antes de fazer parte dele é fundamental e estar certo de que serão parte de uma rede estruturada, que terão apoio e que realmente estão comprando o know-how ofertado no material promocional.
Para saber se há realmente identificação das duas partes a transparência é indispensável, pois o candidato deve receber informações verdadeiras sobre o negócio e deve ter todas as suas dúvidas sanadas. Por outro lado, a franqueadora precisa ter certeza de que aquela pessoa possui as competências pessoais necessárias para inaugurar mais uma unidade, deve ter certeza de que ele honrará o nome da rede, que cumprirá as regras estabelecidas.
Havendo identificação com o negócio, com o ritmo do trabalho, alinhamento de expectativas, suporte, regras claras e coerentes, dificilmente essa parceria não dará certo. Nesse momento as duas partes estarão cientes de que a partir de agora trabalharão juntas para que a marca se torne cada vez mais forte.
Um ponto que merece muita atenção das franqueadoras é que muitos problemas surgem quando a necessidade de fechar dez negócios é maior que a necessidade de fechar dois bons negócios, quando há a necessidade de bater metas urgentes e assim os critérios acabam ficando esquecidos. Nesses casos a tendência é que um dos pontos mais relevantes não seja avaliado e o negócio acabe sendo fechado sem que franqueadora e franqueado tenham identificação.
Quem opta por expandir seu negócio pelo sistema de franquias, busca a mesma parceria que aqueles que desejam adquirir uma franquia. O segredo para que dê certo é ter perfis compatíveis, expectativas alinhadas e vontade de trabalhar e crescer juntos. Dessa forma, a rede toda ganha e todos ficam satisfeitos.
Juliana Bittencourt é administradora de empresas especializada em expansão de franquias. É consultora de expansão da GOAKIRA Consultoria Empresarial.
Fonte: administradores.com.br
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