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O Que as Empresas Têm Que Fazer Para Ter Líderes Mulheres

Pesquisa aponta, na visão dos profissionais brasileiros, quais medidas seriam eficazes para quebrar as barreiras que impedem as mulheres de chegar ao topo 

Por Luísa Melo

Oferecer programas que apoiem as responsabilidades familiares tanto para funcionários homens quanto para mulheres, e ter uma liderança claramente comprometida com projetos de igualdade de gêneros são, na opinião dos profissionais brasileiros, as principais medidas que as empresas precisam tomar para reter seus talentos femininos e levá-los à liderança.

É o que aponta uma pesquisa da consultoria Bain & Co. E o desafio ainda está longe de ser solucionado. Prova disso é que, em grandes companhias, os homens tem 20 vezes mais chances de chegar à presidência do que as mulheres. Entre as 250 maiores corporações brasileiras, por exemplo, apenas três possuem liderança feminina, de acordo com o levantamento.

O estudo ouviu mais de 500 profissionais brasileiros. Para 39% deles, criar modelos de trabalho que apoiem homens e mulheres em suas obrigações com a família seria a forma mais eficaz de eliminar as barreiras que impedem a chegada das mulheres ao topo das empresas. A mesma porcentagem de trabalhadores diz que ter uma liderança visivelmente comprometida com a causa e garantir que os processos de recrutamento/promoção nas companhias sejam iguais para os dois gêneros é a melhor solução para o problema.

O que esse resultado quer dizer é que, oferecer meia jornada ou home office, por exemplo, apenas para as mães, não cria um sentimento de identificação com a causa da diversidade em toda a empresa. "Para ser efetivamente aceito, de uma forma que atinja toda a organização, o projeto de apoio às responsabilidades precisa ser estendido também para os homens", analisa Zoraide Stark, diretora do Fórum Mulheres em Destaque.

"A companhia tem que se convencer que precisa de um maior número de mulheres e, a partir disso, discutir uma estratégia para alcançar essa meta em todos os níveis da diretoria. Mas tem que ser uma decisão do presidente para que realmente seja implementada", completa ela.

Em relação aos critérios de seleção, em empresas majoritariamente masculinas, Zoraide é a favor não apenas de um processo igualitário, como defendem os respondentes da pesquisa. Ela diz ser necessária uma preferência pelas mulheres, nos casos em que elas tenham as mesmas habilidades e formações dos candidatos homens que concorrem à mesma vaga.

Segundo ela, a medida não pode ser comparada a cotas. "Não é cota a partir do momento em que as qualificações têm que ser os mesmos para os dois gêneros. E isso deve ser feito por um período pré-determinado, dentro do programa que a empresa pretende. A Gerdau, por exemplo, já faz isso".

De acordo com a pesquisa, a quarta alternativa mais citada como efetiva, (apontada por 35% dos respondentes como a principal) é comunicar os valores, comportamentos e normas culturais dentro da própria organização. "A estratégia precisa se consolidar internamente antes que a empresa faça uma comunicação externa. É um trabalho de convencimento e mudança de cultura, que é muito difícil", afirma Zoraide.

Na tabela, veja todos as iniciativas apontadas como eficazes para solucionar as dificuldades de se colocar mulheres em cargos de liderança nas empresa, e a porcentagem em que elas foram citadas:




Fonte da imagem: Clique aqui


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