O futuro é um lugar onde todo mundo gostaria de ter uma boa cadeira. A questão é: quanto custa
Por Flávio Ferrari
Alguém me perguntou no Klout (o site que mede sua “influência social”) sobre o futuro das redes sociais. O espaço oferecido para reposta não era muito maior do que o do Twitter, e respondi que esperava um crescimento no compartilhamento de mensagens curtas de vídeo (como os 6 segundos do Vine) e a proliferação de “comunidades fechadas” (ou “confrarias”). Foi uma “educatedguess”, baseada na minha observação pessoal das tendências nas principais redes sociais.
Depois disso, um aluno perguntou qual seria o futuro do marketing. Bem mais difícil de responder... Minhas primeiras palavras, para ganhar tempo enquanto pensava em uma resposta mais inteligente, foram: “Marketing é o nome que damos a uma determinada área de conhecimento e, portanto, não muda nunca. As práticas de marketing, entretanto, estão em permanente mudança.”
Desafiei o grupo de estudantes a apontar as mudanças visíveis e essas foram as respostas mais relevantes:
- as redes sociais estão se tornando mais importante para as marcas
- a comunicação tradicional já não é tão efetiva como costumava ser
- os departamentos de marketing estão se tornando mais operacionais e menos estratégicos
- resultados de curto prazo são prioridade e “promoção” vem ganhando espaço do “branding”
- existe muita informação sobre tudo e pouco tempo/pessoal disponível para fazer sua gestão
- as decisões de marketing parecem ser mais táticas e reativas
Obviamente, concordei com o grupo.
E o que poderíamos dizer sobre o futuro das práticas de marketing?
O futuro é um lugar onde todo mundo gostaria de ter uma boa cadeira. A questão é: quanto custa? Analisando as principais tendências sociais, encorajo-me a fazer uma estimativa do que precisaremos pagar para garantir nosso lugar especial:
- teremos que ser honestos: falsas promessas serão prontamente reveladas nas redes sociais e “confiança” será o bem mais valioso para uma marca
- teremos que respeitar os consumidores e convidá-los para serem nossos “sócios” – precisamos que eles tenham um legítimo interesse em nosso sucesso , inspirados por nossos produtos e a certeza de que estamos trabalhando para eles
- teremos que cuidar da privacidade dos consumidores – nunca compartilhar suas informações pessoais, nunca acessar sua “lista de amigos”, nunca interromper seus momentos pessoais e assim por diante
- resultados financeiros deverão ser uma consequência de nossa “missão” de ser relevante para o consumidor, e não a missão em si mesmo – cada um de nossos colaboradores (funcionários e parceiros de negócio) deverá estar consciente, preparado, comprometido e motivado a cumprir a missão
Como se pode ver, nossa cadeira especial no futuro não é tão cara assim.
Basta resgatar algumas das ideias básicas do marketing que se perderam nos últimos 20 anos, desde que as empresas passaram a ser comandadas por acionistas “financeiros”.
Difícil mesmo será convencer esses acionistas de que para ganharem um “camarote” terão que compartilhar com os clientes.
Fonte: www.administradores.com.br
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