Saiba como lidar com colaboradores que podem irritar qualquer chefe
Por Luiz Gabriel Tiago
Da mesma forma que qualquer colaborador pode sentir raiva de seus chefes ou líderes e quererem, de certa forma, boicotar as estratégias da empresa e comprometer seus rendimentos, esses “chefes ou líderes” também são seres mortais, e têm todo o direito de manifestar sua indignação e sentimento de raiva em momentos de extrema pressão. Não deveria, mas pode.
Mas como conseguir manter um ritmo de trabalho, que sempre é acelerado, sem dispensar um tratamento humano e respeitoso para com os demais?
Regra número um
Jamais devemos perder nossa razão e nossa lucidez, muito menos agredir física ou verbalmente qualquer outra pessoa. Se a filosofia ou as pessoas que trabalham em sua equipe te incomodam, tente uma conciliação e transforme o ambiente de forma favorável e racional ou, se for possível, mude de setor. Talvez você se adapte melhor com essa outra equipe.
Regra número dois
Em hipótese alguma devemos retrucar ou levar as ofensas para o lado pessoal, muito menos absorver isso tudo e atrapalhar o andamento de nossas vidas. Quando a cabeça está atordoada com essas coisas, o estresse gerado pode comprometer seu rendimento e dilatar suas tarefas.
Abaixo listo alguns arquétipos de colaboradores mais encontrados, e que podem tirar qualquer chefe do sério. Leia atentamente a todas suas características e siga as instruções de como se defender desse tipo de não-colaborador:
Colaborador descomprometido
Colaboradores com faltas constantes acabam tirando a paciência dos líderes, pois não podem confiar na funcionalidade de sua equipe. Contam com o colaborador naquele dia e horário, e nada.
Existem também aqueles colaboradores que vivem se atrasando e sempre dizem a mesma coisa: “Desculpe-me... isso não vai acontecer de novo”, “Sabe como é o trânsito nessa cidade. Sempre muito congestionado”. O pior dessa desculpa é saber que o “atrasadinho” foi a um happy hour com a equipe, bebeu demais e não conseguiu acordar cedo para cumprir sua obrigação. Não há líder que resista. A raiva é inevitável.
Se você, líder, passa por isso e tem vontade de “esganar” seu liderado, busque a concentração e não corra o risco de dizer: “Ta pensando que eu sou idiota?”. Procure a serenidade nesse momento e faça-o saber que também foi convidado para o happy hour de ontem à noite.
Colaborador que nunca acredita que as ideias sejam boas
Se você hoje é um líder ou empresário, é porque teve competência para alcançar esse posto e ser admirado pelas corporações ou clientes. E, nesse cargo que ocupa hoje, tem por obrigação desenvolver projetos em equipe e trocar ideias com os colaboradores. Não existe gestão competente sem a participação de todos.
Entretanto, sempre tem aquele funcionário que nunca acredita na funcionalidade das ideias e acha que não vale a pena executá-la. Tenha precaução com esse tipo de gente, pois costumam contaminar os outros da equipe.
Nesses casos, podemos acabar nos sentindo diminuídos e corroídos pela decepção. Não se entregue às adversidades. Enfatize os pontos positivos do projeto e deixe bem claro todos os riscos. Aumente a autoestima da equipe e diga que confia na competência deles. Não deixe a raiva corromper suas ideias e invista em sua capacidade intelectual.
Colaborador que tem inveja do chefe
Existem pessoas de todos os tipos dentro de uma empresa. Inclusive aquelas que morrem de inveja do sucesso de seus líderes. Querem a qualquer custo assumir o posto e se sentem vitoriosos quando algum superior está chateado ou se sentindo derrotado por qualquer razão. Essas pessoas são como ervas daninhas, que vão sugando, bem devagar, nossas energias e podem, inclusive, boicotar o sucesso das estratégias da empresa. Tudo por isso por causa da bendita função que tanto almeja.
Quando o líder descobre que essas pessoas existem, sente uma mistura de raiva com repugnância, e a primeira coisa que pensam é na demissão desse funcionário.
Mas cuidado: essas pessoas podem ser confundidas com os “puxa-sacos” que existem por aí. Na maioria das vezes, esses indivíduos querem mesmo é ocupar esses cargos e dar um adeus aos chefes para sempre. Muito cuidado!
Colaborador “lento”
Geralmente quando um novo colaborador é contratado pela empresa para desempenhar uma função específica, é necessário que passe por uma série de treinamentos para se adequar às normas da corporação e se qualificar para as atividades que serão desenvolvidas. Espera-se que toda essa dedicação resulte num bom desempenho pós-treinamento e o funcionário estará apto a resolver problemas e gerar novas idéias concretas e positivas para o sucesso da equipe.
Mas, como ninguém é igual a ninguém, certas pessoas têm limitações de raciocínio e de adaptação, comprometendo o atendimento, resoluções, tomadas de decisões e sempre estarão dependentes de um outro colega mais antigo e experiente.
Muitos líderes já se depararam com esse perfil profissional e teve que ter muita paciência para lapidá-lo até que se encontre definitivamente capaz. Porém, toda paciência do mundo tem limite e acabam perdendo o autocontrole sufocando o liderado em tarefas incompreensíveis. Pensam: “Como esse cara é burro, não consegue aprender nada”. A solução para esses casos não é sair gritando com a pessoa dizendo que é incompetente ou que nunca irá aprender algo. Repense os métodos de aprendizado da empresa e reveja a metodologia utilizada no treinamento. Lembre-se que nem todos têm as mesmas competências e habilidades intrínsecas e que precisam desenvolvê-las com o tempo.
Colaborador que fala mal da empresa
Existem pessoas que nascem para reclamar de tudo e de todos. Esse tipo de colaborador é muito popular por onde passa e pode acabar contaminando outros colegas. O líder deve estar atento a esse tipo que passa o dia reclamando e dizendo que tudo está errado no setor ou em toda a empresa.
Muito cuidado com esse perfil de colaborador, pois realmente é como erva daninha. As informações e insatisfações vão correndo por todos os corredores e setores e aqueles que têm a personalidade mais fraca acaba se corrompendo e se juntando ao mau caráter.
Procure detectar esse sujeito e transfira-o de setor, se possível. Ou então, tenha uma conversa muito séria e diretiva sobre o assunto. Quem não está satisfeito com o emprego deve juntar suas trouxas e procurar outra empresa para trabalhar.
Colaborador fofoqueiro
Ele até pode ser bom no que faz e nenhum empresário quer perdê-lo por causa de sua competência. É admirado pelos colegas e é sempre o mais popular entre os funcionários do baixo escalão da empresa. Entretanto, ninguém sabe o motivo de tanta admiração e o porquê de ser tão requisitado para as rodinhas na hora do almoço ou lanche.
Faça um teste e descubra por si só o que essa pessoa tem de tão especial. Pergunte a ele se sabe o que aconteceu com outro funcionário dias atrás e que até hoje não teve uma resposta. Ele com certeza irá responder a sua pergunta e ainda dará detalhes impressionantes.
Todo líder detesta esse tipo de coisa e pode sair do sério perante tais atitudes. Um bom programa de conscientização pode ser interessante nesses casos, onde todos aprendem a importância da comunicação dentro da empresa e como valorizar o tempo de trabalho.
Se você é líder, gestor, chefe, patrão, diretor, proprietário da empresa ou qualquer função que tenha subordinados, tome muito cuidado para nunca perder sua razão. A sensatez e a serenidade em situações conflituosas são imprescindíveis. O colaborador pode acabar com sua calma e ainda acionar a CLT para exigir seus direitos e corromper sua reputação no mundo empresarial.
Fonte: administradores.com.br
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