Coach de Jack Welch e outros grandes executivos, Ram Charan organiza os requisitos do líder em oito competências
“Um líder que não produz outros líderes não é um grande líder”, afirma Ram Charan, coach de grandes executivos e autoridade mundial em liderança. Em entrevista ao HBR Ideacast, Charan afirmou que o essencial para desenvolver liderança é ter as pessoas certas nos cargos certos.
No entanto, no livro Know-how: as Oito Competências que Separam os que Fazem dos que não Fazem (ed. Campus/Elsevier), ele observa: “Com muita frequência, vejo pessoas sendo escolhidas para postos de liderança com base em traços pessoais superficiais”. Segundo o autor, o líder será constantemente testado pelo know-how de liderar, que inclui a capacidade de colocar a empresa na direção correta, entregar resultados e deixar a companhia e as pessoas melhores do que eram antes de sua gestão.
Os requisitos do líder são organizados pelo autor em oito competências:
- Posicionar a empresa para encontrar a ideia rentável que atenda as demandas do consumidor –e reposicioná-la de tempos em tempos.
- Identificar mudanças externas, detectando padrões antes dos demais e colocando a empresa na ofensiva.
- Liderar o sistema social da empresa, obtendo das pessoas o comportamento adequado, decisões mais rápidas e resultados.
- Avaliar as pessoas para identificar seus talentos com base em fatos e observações e designá-las a funções adequadas a elas.
- Moldar uma equipe, levando líderes competentes a abrirem mão de gratificações egoicas.
- Determinar metas realisticamente com base no que a empresa pode se tornar, em vez de no passado.
- Definir prioridades determinando as tarefas específicas que alinham recursos, ações e energia para alcançar objetivos.
- Lidar com as forças que estão além do mercado, reagindo às pressões sociais que impactam significativamente a empresa.
“Como sua psicologia e habilidades cognitivas afetam a maneira como você cultiva e aplica essas oito capacidades?”, indaga Charan considerando esta a pergunta ideal na autoavaliação do líder.
Os cem agentes
Charan alerta para o fato de que uma companhia não pode prosperar se contar apenas com os esforços de um pequeno grupo de colaboradores. Assim, os CEOs têm de estar em conexão com as pessoas mais influentes e produtivas da organização, que não se restrigirão ao pessoal da diretoria.
“Os CEOs devem encontrar um modo de engajar as cem pessoas cruciais para o negócio”, afirmam Charan e Daniel Casse em artigo publicado por HBR Blog Network, e cem é um número aproximado para uma grande empresa. Essas pessoas são agentes positivos de mudança.
Elas devem ser ouvidas pelo CEO, pois tanto conhecem bem as forças de mercado como são “os mestres da agenda informal”, uma cola que mantém a organização unida. Para aproveitar o potencial desses mestres, recomenda-se que o CEO:
- peça aos subordinados diretos indicações de cerca de dez pessoas;
- responsabilize-se pelas nomeações de membros do grupo e garanta que a seleção seja transparente;
- invista tempo em construir relações com os selecionados;
- transforme o grupo em ferramenta de brainstorming e gestão, aproveitando tanto conversas pessoais informais para discutir desafios futuros como as reuniões estratégicas –para tratar de metas; de obstáculos burocráticos, políticos e culturais; adaptação a mudanças;
- compartilhe o resultado de cada reunião com a organização, de modo que o grupo possa ser fonte de motivação geral.
O grupo dos cem, segundo Charan, deve ser constantemente renovado (25% de turnover anual) e estar em constante evolução sob a batuta de um gestor ativo: o CEO.
Fonte: hsm.com.br
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