Especialista em gestão ensina profissionais a fugirem das piadinhas, apelidos e comentários maldosos dos colegas de trabalho
Por Eliane Quinalia
Se antes as piadinhas dos colegas eram encaradas como um fato corriqueiro de trabalho, agora, a situação é bem diferente. Os apelidos, críticas, fofocas e até mesmo o simples ato de ignorar alguém passaram a ser encarados pelo meio profissional como “bullying” e a atitude promete render sérios problemas para os trabalhadores envolvidos em uma agressão.
“Se os agressores forem superiores ao contratado, a atitude será interpretada como assédio moral”, explica o diretor Executivo da Thomas Case & Associados/Case Consultores, Marshal Raffa, que garante que a prática tem sido cada vez visada pelas empresas.
“As pessoas têm mais acesso à informação e aos próprios direitos e, por isso, estão tolerando cada vez menos esse tipo de comportamento no ambiente corporativo”, diz.
Os agressores
Hoje, os profissionais que causam o “bullying” em uma empresa são normalmente colegas do mesmo nível hierárquico do contrato ou então superiores. Alguns clientes, dependendo da relação que os mesmos tiverem com as empresas, podem até entrar na lista, mas nem sempre.
“O exemplo tem que vir de cima. As companhias precisam apresentar uma política de gestão que impeça os colaboradores de realizarem essa prática, pois a mesma pode constranger, inibir e prejudicar a produtividade de quem sofre a agressão”, explica Raffa, que relata que algumas práticas são tão prejudiciais que, não raro, levam muitos funcionários à um pedido de demissão.
“Os profissionais que passam por esse tipo de situação em uma empresa normalmente sofrem calados, com medo de represálias, e pedem demissão para se livrar do problema”, conta.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de profissionais que já experimentaram os efeitos do bullying corporativo aumentou visivelmente no último ano ao passar de 27% em 2011, para 35% em 2012, conforme aponta uma pesquisa da consultoria Harris Interactive.
Assim, se você encontra-se em uma situação similar à descrita anteriormente e deseja se livrar das piadinhas dos seus colegas, fique atento às dicas que o Portal InfoMoney, com a ajuda do diretor Executivo da Thomas Case & Associados/Case Consultores, Marshal Raffa, preparou para você.
Fuja do bullying
Confira abaixo as 10 orientações informadas pelo profissional:
Registre tudo – faça um registro e documente todos os episódios de bullying que você vem sofrendo na empresa. Anote o nome dos agressores envolvidos, as possíveis testemunhas - que mais tarde poderão comprovar sua história -, bem como os lugares onde a prática abusiva tem sido realizada. Essas informações poderão ajudá-lo quando um superior questionar você.
Fale com o agressor – se alguém passar dos limites com você no trabalho, converse com a pessoa envolvida. Explique como se sentiu com tal tratamento e peça que seu colega pare com as piadinhas e/ou comentários maldosos à seu respeito. Muitas vezes, o agressor não tem a real dimensão do quanto ele o está atingindo com tais atitudes. Segundo Raffa, uma “conversa franca e pessoal" pode trazer ótimos resultados.
Resolva o problema – caso sua tentativa de falar com o agressor não seja bem sucedida, procure alguma autoridade da empresa para relatar o problema que você vem vivenciando. O departamento pessoal ou mesmo a direção da companhia podem ser de grande ajuda, especialmente quando o envolvido no bullying for alguém de nível hierárquico superior à você.
Seja mais discreto – se você é daquelas pessoas que gostam de falar sobre sua vida pessoal por aí, que tal mudar sua postura? Seja mais reservado, especialmente no ambiente corporativo. Assuntos particulares, até mesmo aqueles ‘inofensivos’ devem ser evitados no trabalho: nunca se sabe quem poderá usar suas informações contra você.
Seja social, mas nem tanto – estar em uma rede social não deve ser um pretexto para que você publique na internet todos os assuntos de sua vida. Tenha em mente que o seu perfil será acessado por pessoas do seu trabalho, clientes e amigos, e evite postar comentários que possam ser comentados no seu trabalho. Caso queira desabafar sobre algo com determinados amigos, utilize os filtros que algumas redes oferecem para impedir que outros usuários tenham acesso à sua publicação ou mensagem.
Não faça com outros aquilo que não quer para você - se você não quer que façam piadas à seu respeito no trabalho, que tal parar os comentários sobre os outros? Ninguém irá levá-lo à sério em uma queixa de bullying se você estiver entre os principais agressores da sua empresa.
Fuja dos ‘corredores’ – as fofocas de corredores devem ser evitadas ao máximo por quem deseja sair de uma roda de bullying. Quanto maior o seu envolvimento em uma rede de fofocas e intrigas, maiores as chances do seu nome circular por aí. Por isso, se você não quer saber mais de conversinhas à seu respeito, fuja dos corredores e tape seus ouvidos para as fofocas que virão.
Não confunda liberdade com falta de respeito – não é porque o seu colega lhe dá liberdade que você pode desrespeitá-lo, afinal, todos têm os seus limites. Assim, avalie sempre o teor de um comentário ou brincadeira antes de se dirigir à um colega de trabalho. O mesmo vale para aqueles apelidos engraçadinhos, que devem ser esquecidos no ambiente profissional.
Saiba com quem brincar – algumas pessoas podem tolerar certas brincadeiras de amigos, mas de colegas, não. Tome cuidado com quem você brinca no trabalho e lembre-se de jamais criticar o gosto dos outros. Respeite as diferenças, nem todos são obrigados a gostar do mesmo time de futebol ou estilo musical que você.
Fonte: www.infomoney.com.br
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