Óleo e gás, farmacêutico, tecnologia e financeiro são os setores que melhor remuneram seus diretores.
Por Vanessa Correia
Remunerações que variam de R$ 500 mil a R$ 3 milhões ao ano, em média, é o quanto ganham diretores de empresas de setores como óleo e gás, financeiro, farmacêutico, tecnologia e infraestrutura.
Seja por escassez de mão de obra especializada, por questões históricas ou conjunturais, esses segmentos estão hoje entre os "melhores pagadores" do país. Atraente, não?
Mas o outro lado da moeda é que essas carreiras são mesmo para poucos.
Quem optar por alguma delas, seja no início da sua vida profissional, seja para dar uma guinada em busca de novos desafios, precisa saber que lidar com pressão por resultado será uma constante e que terá que se dedicar muito mais do que a média para entregar o esperado. Pode significar, ainda, adiar planos pessoais, como viagens, casamento e filhos.
"Em bancos de investimentos e fundos de private equity, por exemplo, mais da metade dos rendimentos é atrelado aos resultados obtidos. Isso eleva a pressão sobre o profissional e, consequentemente, gera alta rotatividade", diz Carlos Eduardo Altona, sócio da consultoria em recursos humanos Exec.
Outro segmento em evidência é o de óleo e gás. "Vimos um processo de crescimento e transformação importante no setor nos últimos anos e, como consequência, muita carência de mão de obra qualificada. A demanda maior que a oferta inflou os salários", diz Marcelo de Lucca, diretor da Michael Page.
O potencial de expansão do setor atraiu Fernando Dinkelmann, engenheiro químico. Depois de 16 anos atuando na área farmacêutica, Fernando decidiu buscar novos ares.
"Não sabia se queria montar um negócio próprio, trabalhar em consultoria ou mudar de área. Escolhi continuar no mundo corporativo, porém em outro mercado devido, principalmente às boas perspectivas", diz.
Em meados de 2011, o engenheiro químico aceitou uma proposta de uma companhia do setor de óleo e gás em Macaé (RJ), com salário inferior ao que recebia como diretor de uma indústria farmacêutica.
"Estava longe da minha família, mas sabia que aquilo seria importante. Passados oito meses, recebi outra proposta, de uma empresa com sede no Rio", relata.
Dinkelmann deixou um segmento que, historicamente, é considerado um bom pagador. Além disso, o setor farmacêutico tem um bom equilíbrio entre hora trabalhada e remuneração.
"O setor farmacêutico sempre operou com margens altas de rentabilidade, permitindo repassá-las aos funcionários, afirma o diretor da Michael Page.
O contraponto é a disponibilidade de viagens internacionais. "Esse mercado é muito internacionalizado. Além disso, sua dinâmica está muito próxima do setor médico, exigindo que os profissionais da área circulem por congressos médicos", alerta Altona.
Com potencial
Os setores de telecomunicação e tecnologia, educação, sucroalcooleiro e de consumo também remuneram bem seus altos executivos, e têm enorme potencial de crescimento.
"A remuneração do setor de tecnologia é bastante similar a do setor de óleo e gás, e pode suplantar a dos demais devido à falta de mão de obra qualificada, especialmente voltada à inovação", diz o sócio da Exec.
Outro setor promissor é o sucroalcooleiro. "O Brasil é uma das maiores potências agrícolas do mundo e o segmento de açúcar e álcool disparou nos últimos anos. Por ser dominado por empresas familiares até então, a profissionalização do setor também trouxe profissionais mais qualificados", afirma de Lucca.
Esse cenário levou Marcello Cuoco a trocou a mineradora Vale por uma grande empresa do setor sucroalcooleiro há cinco anos. "Aspectos pessoais, profissionais e financeiros me levaram a mudar de emprego", diz o diretor de logística. E ele não se arrependeu.
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