Por Paulo Eduardo Nogueira
Após a estreia de sua peça Algemas de cristal, em 1944, o dramaturgo americano Tennessee Williams comparou o sucesso a “uma espécie de morte”. Paul Samuelson, Nobel de economia em 1970, disse que “após receber prêmios e adulação, os vitoriosos vagam em esterilidade inglória”. É o paradoxo da catástrofe do sucesso. Para Andreas Kluth, autor de Hannibal and me: what history’s greatest military strategist can teach us about success and failure (“Aníbal e eu: o que os maiores estrategistas militares ensinam sobre sucesso e fracasso”), o sucesso pode ser mais destrutivo que o fracasso. No Vale do Silício, por exemplo, é quase uma benesse fracassar rapidamente e então tentar outro negócio. O sucesso pode ser mais ardiloso. Muita gente sucumbe à arrogante autoconfiança que vem com o triunfo, enquanto outras caem vítimas de paranoia ou dispersão. Às vezes, sentir sua imaginação prisioneira do sucesso causa bloqueio criativo.
Foi o caso de Albert Einstein, que, a partir de 1925, resistiu a novas descobertas da física. Para evitar as armadilhas do sucesso, Kluth aconselha a prezar a conquista, o status e a autoafirmação, e prezar mais a amizade, a colaboração e o amor. Investir na inteligência emocional ajuda a perceber se você está virando um prisioneiro do sucesso. “Quanto maior o sucesso, menor sua duração”, disse Aníbal, o general que venceu e em seguida foi derrotado pelo Império Romano.
Fonte: epocanegocios.globo.com
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