por Cássio Cunha
O trabalho solitário e reservado, protegido por sistemas secretos e vigilância constante e administrado com base no conceito do "cada um por si",está caindo de moda e perdendo um significativo espaço para o esforço conjunto. Com o advento de investimento de capital estrangeiro no país, a concorrência cresce de forma acirrada, tornando o mercado cada vez mais competitivo, exigindo o somatório de esforços, em regime de parceria, como estratégia inteligente para fazer frente aos desafios naturais do mercado.
O gestor contemporâneo é um profissional de visão ampla, que enxerga com facilidade todas as variáveis que compõem o seu negócio e utiliza esta informação a favor do crescimento e fortalecimento da empresa. Com esta percepção não é difícil compreender que a união de forças com empresas parceiras aumenta a capacidade de atuação da organização e abre um considerável leque de opção para negócios rentáveis.
Por menor que seja, toda empresa possui um setor de compras, mesmo que concentrado nos afazeres de um gerente, diretor ou do próprio investidor. São nos processos de aquisição de bens e insumos que se agrupam os principais fatores que influenciam a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado e, por conseqüência, os resultados da empresa.
O processo de compras exige uma logística complexa, que compreende o envolvimento de diversas pessoas, físicas ou jurídicas, sem as quais os objetivos não se concretizam. A boa vontade do vendedor, a procedência do produto, a pronta entrega, a agilidade das transportadoras, a carga tributária, o gestor do estoque, e vários outros, são personagens que atuam direta ou indiretamente neste processo, afetando os seus resultados.
Com a adoção da parceria, como ação estratégica, o profissional comprador pode garantir nas compras o melhor resultado qualitativo e quantitativo de seu negócio. A união de forças entre compradores e fornecedores é apenas uma das várias atitudes inteligentes, que podem contribuir para a rentabilidade dos negócios.
Os grandes grupos empresariais utilizam várias estratégias que demandam parceria para o alcance dos objetivos, exemplo a ser seguido por todas as empresas, independente de seu porte ou segmento em que atua.
O "Just in time", por exemplo, é uma estratégia muito utilizada por empresas que lidam com estoques, pois, evita que o capital fique empatado desnecessariamente e garante o estoque necessário para atendimento à demanda. Mas é impossível se adotar este regime de gestão de suprimentos sem que celebre parcerias fortes e confiáveis.
Outra estratégia utilizada é a formação de cadeias de suprimento, onde comprador, fornecedor, depósito e transportadora, celebram contrato em torno da movimentação de determinados produtos. Esta parceria, por ser um negócio garantido, possibilita negociações interessantes para todas as partes envolvidas. Mediante a permuta de vantagens, cada uma das empresas ou profissionais contemplados neste processo, garante as suas necessidades mediante a prática de preços reduzidos em prol da manutenção do cliente e política de ganho por escala.
As associações e sindicatos buscam parceria até mesmo com o Governo, no sentido de minimizar a carga tributária de determinados produtos, acelerar a depreciação de bens de capital, incentivar a importação, além de outras ações que podem contribuir para o incentivo na aquisição de produtos essenciais para a operacionalização das empresas.
A garantia de que o fornecedor terá a seu favor uma demanda pré-agendada e que o comprador poderá contar com o insumo ou produto para a garantia de funcionamento da empresa é o resultado final da parceria no processo de aquisição, ou seja, ambas as partes se beneficiam e contribuem mutuamente para o sucesso comum.
Cássio Cunha
Diretor da EDPO Exata Desenvolvimento Pessoal e Organizacional Ltda.
Fonte: Empreender para Todos
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