Maiara Tortorette
Desde a implantação das primeiras fábricas e indústrias no mundo corporativo, o treinamento já era utilizado como ferramenta de organização e qualificação do trabalho. Com o passar dos anos, esse processo ganhou ainda mais força e se tornou essencial para as empresas que pretendem se destacar no mercado e que apostam em bons profissionais para oferecer serviços de qualidade.
Muito mais do que passar conhecimento, os treinamentos têm como objetivo capacitar profissionais que, por sua vez, devem atender as expectativas das empresas. Treinar é a palavra chave para os que almejam sucesso, e muitas organizações já contam com planejamentos e programações especiais, focadas em suas necessidades, para construir equipes preparadas e atualizadas.
Para Carlos Cruz, Coach Executivo, apesar do principal objetivo dos treinamentos ser a lucratividade da empresa, eles também acabam contribuindo para a vida profissional e pessoal do colaborador. “É comum que as organizações invistam tanto em treinamentos técnicos como comportamentais, já que têm metas estratégicas a serem alcançadas. Essas metas normalmente estão relacionadas ao faturamento ou crescimento do market share”, explica. “Os treinamentos também ajudam as pessoas a discutir problemas do negócio para criar melhorias; sendo assim, os benefícios são inúmeros, entre eles o desenvolvimento profissional e pessoal dos trabalhadores”.
Fazer uma apresentação dinâmica ou passar as informações de forma simples e compreensiva pode não ser suficiente para atrair o interesse dos ouvintes. Um treinamento mais personalizado e focado nas reais necessidades de cada equipe, ou de cada profissional, é a melhor forma de fazer o investimento valer a pena. Para Edna Bedani, gerente de desenvolvimento de Recursos Humanos da Ticket, o funcionário deve ter um envolvimento com o assunto que for abordado, pois apenas dessa forma conseguirá se identificar com o conteúdo e aplicá-lo na sua rotina de trabalho.
“Eu acho que o treinamento tem que ser utilizado para somar conhecimento ao profissional ou para calibrar algum conhecimento já existente. Se o colaborador não entender que está recebendo determinada orientação para que a atividade dele melhore, seja mais produtiva e com mais qualidade, dificilmente irá valorizar a informação que está recebendo”, esclarece. “O alinhamento e a comunicação entre gestor, organizador, RH e os funcionários que recebem o treinamento é fundamental nesse processo”.
Os executivos também devem ser reciclados!
Ao contrário do que muitos imaginam, não são apenas as linhas de produção ou funcionários com atividades mais operacionais que passam por treinamentos. Os executivos e colaboradores de alta gestão também devem fazem uso dessas ferramentas para se manterem atualizados.
Segundo Gilberto Katayama, diretor da empresa Sonho S/A, especializada em desenvolvimento de lideranças, uma organização funciona como uma pirâmide, e deve ser bem estruturada desde a base até o topo, pois só assim a empresa estará alinhada e terá conhecimento para implementar o que for passado durante os treinamentos. “Tudo começa no alto dirigente, se um projeto de treinamento não envolver a alta direção, ele acaba se perdendo e criando apenas confusão e conflitos em toda a estrutura”, define.
“Hoje, todos os profissionais independentemente do nível, precisam se atualizar, mas obviamente que quanto maior o nível hierárquico, diferente o nível de formação que ele vai ter”, argumenta Carlos. “O mais importante é que eles não dependam apenas das empresas para investir em treinamento, e que busquem formas de se especializar por conta própria”.
Diferencial no mercado
Além dos benefícios internos, os treinamentos também possuem forte influência na imagem institucional das organizações. Empresas bem estruturadas, com um ambiente de trabalho agradável e equipes qualificadas são vistas de forma positiva no mercado e ganham vantagem em relação a outras menos preparadas.
“A empresa constrói um clima organizacional saudável, exercitando excelência profissional, reconhecimento e recompensa. E além de ter um clima onde todos gostariam de pertencer; por meio dos conhecimentos passados, a empresa consegue alta produtividade e criatividade”, enfatiza Gilberto. “A organização se transforma num pólo de atração, retenção e desenvolvimento de pessoas com talento, dessa forma não tem como não ser um destaque”.
Para o diretor, o grande problema nas empresas é que elas não investem na área da autoconsciência, ou seja, se preocupam apenas com o autoconhecimento e não com a parte de transformação, da modificação real que é consciência. Dessa forma, muitos apenas escutam o que é passado, mas nunca conseguem utilizar esse aprendizado e mudar sua forma de agir e trabalhar.
“Atualmente eu não diria que os treinamentos são diferenciais, mas sim pré-requisitos pra você estar inserido no mercado. Além de tudo isso, essa ferramenta também é utilizada para que a empresa possa compartilhar informações, como missão e valores. Então, não é o treinamento por si só, é o treinamento alinhado com uma política, uma visão de futuro e um planejamento estratégico bem definido”, conclui Carlos.
Fonte: Carreira & Sucesso
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