As grandes empresas atuais para se manterem no mercado globalizado necessitam estar sempre inovando suas potencialidades, conhecimentos tecnológicos, seus produtos e serviços em gerais, para isso precisam atrair e reter profissionais qualificados, que busquem sempre novos conhecimentos que tenham habilidades técnicas e desenvolvam idéias empreendedoras e eficazes. Por outro lado, o modelo educacional com todas as suas ofertas em instituições, cursos, especializações e formações de ensino no geral capacita o profissional nas diversas áreas, sem a preocupação de desenvolver habilidades que não sejam referentes a conhecimentos técnicos ou conteúdos específicos de atuação profissional.
Neste contexto, se estabelece um paradoxo entre a exigência de um mercado globalizado versus o produto ofertado pelo modelo educacional, onde para suprir esta lacuna muitas empresas precisam realizar treinamentos para qualificação de seus colaboradores. Porém, investir apenas em treinamentos pontuais não atende mais a velocidade que as informações se processam, o ritmo das mudanças está cada vez mais acelerado, fazendo com que muitas empresas migrem da tradicional Área de T&D para área de Educação Corporativa.
O conceito de Educação Corporativa para Marisa Eboli, uma das pioneiras no assunto, trata-se do “comprometimento da empresa com a educação e o desenvolvimento dos talentos humanos visando ampliar as estratégias de sucesso para organização”.
De forma geral, a literatura nacional concebe a educação corporativa como um sistema de aprendizagem contínua numa via de mão dupla, onde de um lado encontra-se a organização que deve oferecer recursos para o desenvolvimento dos talentos humanos mediante suas competências organizacionais e estratégias de negócio, e de outro está o funcionário que busca o seu desenvolvimento profissional e melhor desempenho em suas atribuições. Dessa forma, ambos os lados saem beneficiados: tanto o funcionário que eleva suas competências individuais, garantindo melhor performance profissional, bem como a empresa que eleva seu capital intelectual e desta forma atua com maior diferencial competitivo frente às demandas do mercado.
O tema educação vem ganhando cada vez mais espaço no cenário organizacional, esta tendência surge dentro do contexto da competitividade de mercado, diante da evolução dos modelos de gestão e frente às lacunas do modelo educacional. Muitas empresas criam seus próprios Centros de Ensino, chamados de Universidades Corporativas, estas têm por finalidade o desenvolvimento e educação de funcionários, clientes e fornecedores, objetivando atender às estratégias empresariais da organização.
O conceito de universidade corporativa se diferencia do centro de T&D tradicional em seus princípios e práticas, pois se trata de um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão por competências. Assim, as UC’s estão para o conceito de competência como os tradicionais centros de T&D estiveram para o conceito de cargo. Ou seja, enquanto os antigos centros de T&D se preocupavam em capacitar e qualificar profissionais em treinamentos específicos para seu cargo, as universidades corporativas têm uma visão bem mais abrangente, procurando disseminar o conceito de educação para todos os níveis da empresa, desenvolvendo sistemas de aprendizagem fundamentados na missão, nos valores e na cultura organizacional, e atuando como ferramenta fundamental ao negocio a partir das competências empresariais.
A educação corporativa torna-se realmente estratégica para formação do capital intelectual que é determinante na evolução e sobrevivência das empresas, vez que é a mantenedora de uma rede que tem por princípios estimular, estabelecer diretrizes e mediar as relações de troca de conhecimentos entre as pessoas, unidades, clientes, fornecedores e parceiros.
Ana Telma Souza, Psicóloga, Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho, Pós-graduada em Gestão de Equipes pela UNICAP Recife/PE
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