Não há como negar a importância da educação corporativa dentro do contexto das organizações que desejam manterem-se competitivas no mercado. A educação corporativa está intimamente ligada ao conceito de organizações que aprendem, ou seja, organizações que conseguem desenvolver a capacidade de aquisição, criação e transferência de conhecimento de forma a modificar o seu comportamento dentro de um cenário de incertezas e mudanças contínuas.
Obviamente que não se consegue isso da noite para o dia num estalar de dedos ou através da instalação de algum software corporativo, ou ainda, criando mecanismos de desenvolvimento e capacitação de pessoas, baseado em técnicas tradicionais de T&D. A organização que aprende, segundo Peter Senge, é aquela que cultiva o comprometimento e a capacidade de aprender em todos os seus níveis, criando as condições de adaptação contínua às mudanças, valendo-se de cinco processos fundamentais da aprendizagem, tais como: modelos mentais, domínio ou maestria pessoal, modos de pensamento sistêmico, visão compartilhada e aprendizagem em equipe. Segundo Lacombe, para que se chegue a esse estágio é necessário que a empresa obtenha vantagem competitiva a partir da maneira como ela administra seus recursos humanos. Para tanto, deve estar atenta à formação e qualificação de seu pessoal, no sentido de provê-los de instrumentos favoráveis ao seu desenvolvimento profissional.
Assim sendo a aprendizagem organizacional deixa de ser um discurso de âmbito estratégico, moldado no formato de treinamento pronto e acabado, para viabilizar-se por intermédio de mecanismos de educação continuada, orientado para o futuro, visando melhores resultados para a empresa, mas, também, com o foco no desenvolvimento da pessoa humana.
Nesse sentido a educação corporativa surge como uma opção viável para suprir as organizações dos instrumentos necessários ao alcance desses propósitos.
Esse ensino corporativo tem se caracterizado como um moderno e inovador instrumento de preparação e capacitação de profissionais dentro das organizações, representando uma estratégia eficaz para o desenvolvimento dos colaboradores das instituições no sentido de proporcionar-lhes acesso continuado a mecanismos de aprendizagem, novas oportunidades de crescimento profissional, bem como, possibilitar às empresas que o dispõe, uma alternativa importante para a atração e retenção de talentos.
A ciência de administração, segundo pesquisadores, por intermédio de práticas empresariais, especificamente ligadas a treinamento e desenvolvimento, vem sendo tentada a promover no meio corporativo uma série de quebras de paradigmas relacionados à aprendizagem organizacional e a educação de seus colaboradores, empoderando-se na tarefa de suprir eventuais lacunas existentes no modelo tradicional de educação ligadas ao desenvolvimento profissional e de pessoas, sem contudo perder o foco para a aferição e alcance dos resultados e lucratividade pretendidos, razão de ser das organizações orientadas para esse fim. Pretendem tais corporações que seus colaboradores possam efetivamente contribuir para o desenvolvimento e engrandecimento das organizações em que atuam, garantindo a ambos o diferencial competitivo necessário à sobrevivência num cenário de constantes mudanças e transformações. Valorização do ser humano, busca constante do autodesenvolvimento, criatividade, visão sistêmica e senso crítico, são palavras-chave encontradas em diversos textos que tratam do assunto.
Trata-se portanto de uma abordagem voltada para o reconhecimento dos indivíduos que compõem as organizações, como formadores do capital intelectual das empresas e não mais um mero componente de uma engrenagem, como fora nos primórdios, seguindo as premissas ligadas ao pensamento mecanicista da tríade Taylor, Ford e Fayol. Essa abordagem, focada em preceitos da era da informação, premia o conhecimento como um dos recursos mais fabulosos de que dispõe uma organização, proporcionando a esta, um diferencial tão ou mais importante do que sua capacidade financeira e demais recursos organizacionais. Longe de ser considerado um recurso inerte e estático, dependente da inteligência humana, o conhecimento é criado, recriado e modificado a partir da interação constante obtida por meio das pessoas no ambiente social, no trabalho, estudo ou lazer.
Aplicar e rentabilizar o conhecimento é um desafio que se anuncia para as organizações exigindo instrumentos eficazes para sua mensuração, por tratar-se de um componente do capital intelectual e que agrega valor ao negócio.
A educação corporativa surge como um elemento facilitador do processo de gestão do capital intelectual, caracterizando-se por realizar-se em um ambiente não necessariamente físico que proporciona o desenvolvimento da aprendizagem continuada e possibilita a obtenção de vantagens competitivas para as organizações manterem-se vivas em seus respectivos mercados, bem como, favorece a entrada em outros nichos de negócio.
Todavia, o modelo corporativo de aprendizagem organizacional não está livre das ameaças advindas dos modismos e dos pecados capitais a que se sujeitam as empresas, em função de inadequações estratégicas e operacionais, acarretando problemas de aceitação institucional por parte dos colaboradores das instituições patrocinadoras desse modelo.
Em que pese diversos projetos bem sucedidos onde se verifica grande contribuição para o alcance de resultados organizacionais, inadequações no modo de implantação desse modelo, têm contribuído negativamente para a sua aceitação institucional.
Um fator que, em princípio, é determinante na pouca aceitação institucional é a falta de continuidade dos programas ou aferição das habilidades efetivamente desenvolvidas pelos treinandos ou aprendizes, bem como a aplicabilidade dos instrumentos de reconhecimento e valorização dos profissionais qualificados dentro desse modelo.
Faz-se mister que as organizações não percam de vista o real propósito desse modelo educacional, para que não o transforme em uma via de mão única, baseada apenas em modismo e ancorada na falsa ilusão de competitividade ou lucratividade nos negócios.
Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução.
Orlando Barbosa Rodrigues é formado em Administração de Empresas, com pós-graduação em Administração de RH e mestrado em Ciências da Educação
Obviamente que não se consegue isso da noite para o dia num estalar de dedos ou através da instalação de algum software corporativo, ou ainda, criando mecanismos de desenvolvimento e capacitação de pessoas, baseado em técnicas tradicionais de T&D. A organização que aprende, segundo Peter Senge, é aquela que cultiva o comprometimento e a capacidade de aprender em todos os seus níveis, criando as condições de adaptação contínua às mudanças, valendo-se de cinco processos fundamentais da aprendizagem, tais como: modelos mentais, domínio ou maestria pessoal, modos de pensamento sistêmico, visão compartilhada e aprendizagem em equipe. Segundo Lacombe, para que se chegue a esse estágio é necessário que a empresa obtenha vantagem competitiva a partir da maneira como ela administra seus recursos humanos. Para tanto, deve estar atenta à formação e qualificação de seu pessoal, no sentido de provê-los de instrumentos favoráveis ao seu desenvolvimento profissional.
Assim sendo a aprendizagem organizacional deixa de ser um discurso de âmbito estratégico, moldado no formato de treinamento pronto e acabado, para viabilizar-se por intermédio de mecanismos de educação continuada, orientado para o futuro, visando melhores resultados para a empresa, mas, também, com o foco no desenvolvimento da pessoa humana.
Nesse sentido a educação corporativa surge como uma opção viável para suprir as organizações dos instrumentos necessários ao alcance desses propósitos.
Esse ensino corporativo tem se caracterizado como um moderno e inovador instrumento de preparação e capacitação de profissionais dentro das organizações, representando uma estratégia eficaz para o desenvolvimento dos colaboradores das instituições no sentido de proporcionar-lhes acesso continuado a mecanismos de aprendizagem, novas oportunidades de crescimento profissional, bem como, possibilitar às empresas que o dispõe, uma alternativa importante para a atração e retenção de talentos.
A ciência de administração, segundo pesquisadores, por intermédio de práticas empresariais, especificamente ligadas a treinamento e desenvolvimento, vem sendo tentada a promover no meio corporativo uma série de quebras de paradigmas relacionados à aprendizagem organizacional e a educação de seus colaboradores, empoderando-se na tarefa de suprir eventuais lacunas existentes no modelo tradicional de educação ligadas ao desenvolvimento profissional e de pessoas, sem contudo perder o foco para a aferição e alcance dos resultados e lucratividade pretendidos, razão de ser das organizações orientadas para esse fim. Pretendem tais corporações que seus colaboradores possam efetivamente contribuir para o desenvolvimento e engrandecimento das organizações em que atuam, garantindo a ambos o diferencial competitivo necessário à sobrevivência num cenário de constantes mudanças e transformações. Valorização do ser humano, busca constante do autodesenvolvimento, criatividade, visão sistêmica e senso crítico, são palavras-chave encontradas em diversos textos que tratam do assunto.
Trata-se portanto de uma abordagem voltada para o reconhecimento dos indivíduos que compõem as organizações, como formadores do capital intelectual das empresas e não mais um mero componente de uma engrenagem, como fora nos primórdios, seguindo as premissas ligadas ao pensamento mecanicista da tríade Taylor, Ford e Fayol. Essa abordagem, focada em preceitos da era da informação, premia o conhecimento como um dos recursos mais fabulosos de que dispõe uma organização, proporcionando a esta, um diferencial tão ou mais importante do que sua capacidade financeira e demais recursos organizacionais. Longe de ser considerado um recurso inerte e estático, dependente da inteligência humana, o conhecimento é criado, recriado e modificado a partir da interação constante obtida por meio das pessoas no ambiente social, no trabalho, estudo ou lazer.
Aplicar e rentabilizar o conhecimento é um desafio que se anuncia para as organizações exigindo instrumentos eficazes para sua mensuração, por tratar-se de um componente do capital intelectual e que agrega valor ao negócio.
A educação corporativa surge como um elemento facilitador do processo de gestão do capital intelectual, caracterizando-se por realizar-se em um ambiente não necessariamente físico que proporciona o desenvolvimento da aprendizagem continuada e possibilita a obtenção de vantagens competitivas para as organizações manterem-se vivas em seus respectivos mercados, bem como, favorece a entrada em outros nichos de negócio.
Todavia, o modelo corporativo de aprendizagem organizacional não está livre das ameaças advindas dos modismos e dos pecados capitais a que se sujeitam as empresas, em função de inadequações estratégicas e operacionais, acarretando problemas de aceitação institucional por parte dos colaboradores das instituições patrocinadoras desse modelo.
Em que pese diversos projetos bem sucedidos onde se verifica grande contribuição para o alcance de resultados organizacionais, inadequações no modo de implantação desse modelo, têm contribuído negativamente para a sua aceitação institucional.
Um fator que, em princípio, é determinante na pouca aceitação institucional é a falta de continuidade dos programas ou aferição das habilidades efetivamente desenvolvidas pelos treinandos ou aprendizes, bem como a aplicabilidade dos instrumentos de reconhecimento e valorização dos profissionais qualificados dentro desse modelo.
Faz-se mister que as organizações não percam de vista o real propósito desse modelo educacional, para que não o transforme em uma via de mão única, baseada apenas em modismo e ancorada na falsa ilusão de competitividade ou lucratividade nos negócios.
Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução.
Orlando Barbosa Rodrigues é formado em Administração de Empresas, com pós-graduação em Administração de RH e mestrado em Ciências da Educação
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