Letícia Fagundes
Há cerca de dois meses, os advogados Hamir Nadur, Tiago Tebecherani e Diogo Fonseca abriram oficialmente um escritório em conjunto, o NTF Advogados. Em início de carreira, os amigos - e agora sócios – tomaram a decisão por inúmeras razões, além, claro, da divisão de despesas.
"Não tem como escapar do jargão 'duas cabeças pensam melhor do que uma'. Aqui, o conhecimento é multiplicado por três. O que eu pudesse ganhar sozinho não chega perto do que eu ganho estando com eles, mesmo tendo de dividir todos os lucros também", conta Tebecherani.
O que cada um agrega ao time foi fundamental para a abertura do negócio. Hoje eles também fazem parcerias com outros escritórios e conseguem atuar em diversas áreas do Direito (preventiva, consultiva, contenciosa), o que não seria possível se o trabalho fosse individual, uma vez que cada profissional trabalha com um foco. Tebecherani continua: "O forte aqui é realmente o trabalho em conjunto, visando a atender os nossos clientes em todas as áreas demandadas."
Toda segunda-feira, por exemplo, é regra: uma reunião para discutir opiniões, trabalhos, idéias e futuros passos. "Tendo ou não pauta, tem de achar assunto. Se não tem, a gente procura. Isso tem adicionado mais serviços aqui no escritório. Ajuda muito, porque cada um acaba querendo trazer novas coisas para compartilhar", explica Fonseca. Ele afirma também que ter companheiros lado a lado motiva e faz aumentar a cobrança que cada um tem sobre si mesmo. "Eu costumo me cobrar, mas estando junto a outras pessoas, a responsabilidade aumenta."
Desvantagens existem, claro, como diz Nadur: "A dificuldade maior é entrar em acordo, dependendo do tema. Mas conversando pacientemente a gente sempre chega a um comum." Fonseca complementa: "Justamente por ter muita discussão, às vezes acaba atrasando um pouco o trabalho. Mas é uma desvantagem que, no fundo, não é maléfica, só acalora o debate e o trabalho final acaba até ficando mais completo."
E o trabalho em equipe já começa a dar resultados, mesmo que em pouco tempo de escritório aberto. "A gente trabalha junto principalmente na captação de clientes. Cada um tem contatos diferentes, e aí tem cliente que me procura e, de repente, eu passo para um dos dois sócios, para não trabalhar apenas em um caso por vez, mas sim em todos que surgirem paralelamente", explica Tebecherani. "Eu acho que é 100%. Os resultados estão aparecendo rápido e eu acho que um supre os defeitos dos outros", conclui Nadur.
Para o coach Ricardo Melo, focado em coaching esportivo, saber trabalhar em equipe é saber ganhar. Diretor do Instituto Ricardo Melo, ele traça o paralelo: "Eu trabalho com futebol desde 2000. Para um artilheiro ser um artilheiro, alguém tem de passar a bola para ele, não é? Da mesma forma, para você bater a sua meta de vendas, o pessoal da logística tem de estar funcionando bem. O sujeito que é individualista em excesso muitas vezes tem o favorecimento do gestor, porque esse gestor é inábil em mostrar que ele tem, sim, uma capacidade grande de gerar resultado, mas que sozinho não vai fazer muita coisa. É uma malha interligada."
E ele avisa aos individualistas de plantão: "Você pode ser muito bom. Mas se você não sabe trabalhar em equipe, você é expurgado pelo próprio sistema. Eu posso ser um talento fantástico, mas se eu não sei trabalhar em equipe, as pessoas começam a me isolar. Precisa trabalhar essas diferenças, diminuir o ego, a vaidade, saber compartilhar."
OPINIÃO DOS ATLETAS
Como bem associou Melo, não há como falar de trabalho em equipe e não lembrar de esporte. Para esta edição do Jornal Carreira & Sucesso, ouvimos as opiniões de ex-atletas olímpicos. Veja o que alguns deles falaram sobre este tema:
José Montanaro (vôlei), prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984: "No vôlei, ou você acredita na importância do trabalho em equipe ou a equipe não terá resultados positivos. A regra é clara: o jogador que toca na bola depende dos outros para continuar uma jogada. Ao ver os resultados, o jogador passa a colocar os benefícios coletivos na frente dos individuais. Ao levar este conceito para a vida, podemos notar que mesmo ao nascer o trabalho em equipe é fundamental. Há o trabalho de vários médicos, enfermeiros, etc. Então, é bastante complicado quem conjuga o verbo somente na primeira pessoa."
Jaime Oncins (tênis), participante das Olimpíadas de Barcelona-1992 e Sydney-2000 (quando formou dupla com Gustavo Kuerten):
Há cerca de dois meses, os advogados Hamir Nadur, Tiago Tebecherani e Diogo Fonseca abriram oficialmente um escritório em conjunto, o NTF Advogados. Em início de carreira, os amigos - e agora sócios – tomaram a decisão por inúmeras razões, além, claro, da divisão de despesas.
"Não tem como escapar do jargão 'duas cabeças pensam melhor do que uma'. Aqui, o conhecimento é multiplicado por três. O que eu pudesse ganhar sozinho não chega perto do que eu ganho estando com eles, mesmo tendo de dividir todos os lucros também", conta Tebecherani.
O que cada um agrega ao time foi fundamental para a abertura do negócio. Hoje eles também fazem parcerias com outros escritórios e conseguem atuar em diversas áreas do Direito (preventiva, consultiva, contenciosa), o que não seria possível se o trabalho fosse individual, uma vez que cada profissional trabalha com um foco. Tebecherani continua: "O forte aqui é realmente o trabalho em conjunto, visando a atender os nossos clientes em todas as áreas demandadas."
Toda segunda-feira, por exemplo, é regra: uma reunião para discutir opiniões, trabalhos, idéias e futuros passos. "Tendo ou não pauta, tem de achar assunto. Se não tem, a gente procura. Isso tem adicionado mais serviços aqui no escritório. Ajuda muito, porque cada um acaba querendo trazer novas coisas para compartilhar", explica Fonseca. Ele afirma também que ter companheiros lado a lado motiva e faz aumentar a cobrança que cada um tem sobre si mesmo. "Eu costumo me cobrar, mas estando junto a outras pessoas, a responsabilidade aumenta."
Desvantagens existem, claro, como diz Nadur: "A dificuldade maior é entrar em acordo, dependendo do tema. Mas conversando pacientemente a gente sempre chega a um comum." Fonseca complementa: "Justamente por ter muita discussão, às vezes acaba atrasando um pouco o trabalho. Mas é uma desvantagem que, no fundo, não é maléfica, só acalora o debate e o trabalho final acaba até ficando mais completo."
E o trabalho em equipe já começa a dar resultados, mesmo que em pouco tempo de escritório aberto. "A gente trabalha junto principalmente na captação de clientes. Cada um tem contatos diferentes, e aí tem cliente que me procura e, de repente, eu passo para um dos dois sócios, para não trabalhar apenas em um caso por vez, mas sim em todos que surgirem paralelamente", explica Tebecherani. "Eu acho que é 100%. Os resultados estão aparecendo rápido e eu acho que um supre os defeitos dos outros", conclui Nadur.
Para o coach Ricardo Melo, focado em coaching esportivo, saber trabalhar em equipe é saber ganhar. Diretor do Instituto Ricardo Melo, ele traça o paralelo: "Eu trabalho com futebol desde 2000. Para um artilheiro ser um artilheiro, alguém tem de passar a bola para ele, não é? Da mesma forma, para você bater a sua meta de vendas, o pessoal da logística tem de estar funcionando bem. O sujeito que é individualista em excesso muitas vezes tem o favorecimento do gestor, porque esse gestor é inábil em mostrar que ele tem, sim, uma capacidade grande de gerar resultado, mas que sozinho não vai fazer muita coisa. É uma malha interligada."
E ele avisa aos individualistas de plantão: "Você pode ser muito bom. Mas se você não sabe trabalhar em equipe, você é expurgado pelo próprio sistema. Eu posso ser um talento fantástico, mas se eu não sei trabalhar em equipe, as pessoas começam a me isolar. Precisa trabalhar essas diferenças, diminuir o ego, a vaidade, saber compartilhar."
OPINIÃO DOS ATLETAS
Como bem associou Melo, não há como falar de trabalho em equipe e não lembrar de esporte. Para esta edição do Jornal Carreira & Sucesso, ouvimos as opiniões de ex-atletas olímpicos. Veja o que alguns deles falaram sobre este tema:
José Montanaro (vôlei), prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984: "No vôlei, ou você acredita na importância do trabalho em equipe ou a equipe não terá resultados positivos. A regra é clara: o jogador que toca na bola depende dos outros para continuar uma jogada. Ao ver os resultados, o jogador passa a colocar os benefícios coletivos na frente dos individuais. Ao levar este conceito para a vida, podemos notar que mesmo ao nascer o trabalho em equipe é fundamental. Há o trabalho de vários médicos, enfermeiros, etc. Então, é bastante complicado quem conjuga o verbo somente na primeira pessoa."
Jaime Oncins (tênis), participante das Olimpíadas de Barcelona-1992 e Sydney-2000 (quando formou dupla com Gustavo Kuerten):
"Especificamente falando em Copa Davis: ali é um momento diferente para um tenista. Você tem quatro jogadores com o mesmo objetivo, que é vencer pelo seu País. É uma experiência muito bacana, é um momento em que todo mundo deixa o ego de lado, as vontades de lado, e procura apoiar um ao outro para conseguir alcançar a meta, que é vencer o outro País. Você está ajudando, incentivando, cedendo um pouquinho do seu espaço para o outro, ganhando um pouco mais de confiança. Aprendi muito com o trabalho de equipe."
Milton Cruz (futebol), prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, atual assistente-técnico de Muricy Ramalho no São Paulo Futebol Clube: "O futebol é feito de trabalho em equipe. Se você tiver pessoas dispersas, que não seguem as regras do treinador, o grupo não caminha. Pode, uma vez ou outra, dar certo, mas o próprio grupo elimina a pessoa que chega atrasada aos treinos, não quer concentração... Isso tudo atrapalha o desempenho do grupo. Se o time quiser fazer sucesso, tem de estar todo mundo junto, empenhado em um mesmo objetivo."
Fonte: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=9849
Fonte: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=9849
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