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Correndo Atrás da Primeira Oportunidade

Jovens recorrem a programa de aprendizagem e buscam cursos para ingressar no mercado de trabalho

Por Maíra Amorim

Para 42% dos jovens, a cobrança de experiência é um obstáculo para conseguir ingressar no mercado de trabalho. E isso acaba forçando que permaneçam, mais tempo do que o desejado, na condição de “nem nem”. Mas existem caminhos que o jovem pode perseguir, auxiliado por programas de governo e pelas empresas, e com apoio da família, para conquistar a tão sonhada primeira oportunidade.

Luiz Firmino, de 25 anos, virou “nem nem” quando desistiu de servir a Aeronáutica, após dois anos no quartel. Aos 20, com ensino médio completo, passou seis meses sem estudar e sem trabalhar, apenas ajudando o pai, que é estofador. Foi quando sua mãe, que morreu no ano passado, lhe deu um conselho.

— Ela me falou: “às vezes é preciso dar um passo para trás para conseguir dar um salto maior” — lembra Firmino, que resolveu, então, se inscrever para uma oportunidade de jovem aprendiz numa multinacional. — Achava que, aos 20 anos, já conseguiria algo efetivo. Mas vi que precisava dar um passo para trás.

A multinacional em questão era a empresa Rolls-Royce, que fabrica motores para aviões e navios, que aderiu ao programa Aprendiz Legal, iniciativa da Fundação Roberto Marinho em parceira com o CIEE/RJ — em todo o Brasil, 14 mil empresas são parceiras do programa.

— Me cadastrei no site, mas achava impossível uma multinacional me chamar. Mas não apenas fui chamado, como entrar na empresa mudou tudo na minha vida, especialmente minha forma de pensar e agir — diz Firmino, que, durante os dois anos como aprendiz, tinha aulas no CIEE/RJ.

Após dois anos como aprendiz, Firmino foi admitido como assistente de RH, cursou uma graduação na área e hoje é analista de RH na Rolls-Royce.

— Venho de uma família humilde. Pensava em ser um vendedor, mas hoje já me vejo como um diretor no futuro — diz o jovem, primeiro da família a cursar uma faculdade.

As dificuldades pelas quais Firmino passou no curto período em que permaneceu como “nem nem” estão sendo sentidas na pele por Paula Amaro. Aos 21 anos, a jovem, que mora no Morro da Providência, fez um curso de tecnólogo em gestão de RH, mas não consegue uma primeira oportunidade para trabalhar na área — seus dois trabalhos anteriores foram como recepcionista.

— As empresas pedem experiência, mas não me dão a oportunidade para obtê-la — reclama Paula, que participou do curso Jovem Alerta, iniciativa do CIEE/RJ, projeto pensado para levar informações sobre o mercado de trabalho aos jovens da geração “nem nem”.

— Nos encontros, aprendemos como devemos nos comportar, o que falar em uma entrevista, que tipo de roupa vestir — conta Layse Azevedo, de 18 anos, que mora em Vigário Geral e fez o mesmo curso que Paula.

Ela, que está no segundo período da faculdade de enfermagem, também procura o primeiro emprego. Mesmo que não seja na área, Layse quer ter alguma experiência profissional, e se queixa da injustiça do mercado.

— Já perdi duas oportunidades porque os outros candidatos tinham sido indicados e eu não. E também acho que falta comunicação sobre as oportunidades e cursos — diz.


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