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O Passado Como Ferramenta do Presente

Por Gabriel Rossi

A onda retrô definitivamente chegou ao Brasil. Mais e mais marcas e empresas apostam na nostalgia para conquistar clientes, investem em produtos novos que mantenham características antigas ou em produtos antigos em perfeito estado de conservação. A iniciativa é válida e aparece com mais força em momentos difíceis – políticos, econômicos ou culturais. Sim, oras. Nessas circunstâncias as pessoas tornam-se nostálgicas.

São produtos que representam integridade, estabilidade e felicidade. Nesses casos, as marcas tentam ajudar seu público a se sentir bem em relação ao mundo. Nós consumidores contemporâneos tendemos a acreditar que dias do passado são dias melhores. As pessoas sentem carinho por lugares e objetos que evocam e remetem tempos mais saudosos e aprazíveis.

Geralmente o propósito dessas marcas é apoiar a ideia da lenda, nostalgia, permanência e longevidade. Além da Havaianas, que vem apresentando propaganda em televisão rememorando estrelas de campanhas publicitárias, a Brastemp, por exemplo, tem uma linha de produtos vintage. São geladeiras, fogões e frigobares com design antiquado. Já tivemos, e ainda temos, mas em menor escala, uma onda de valorização dos anos 1980.

A cidade de São Paulo ganhou festas e danceterias temáticas, que depois passaram para o Rio de Janeiro e, em seguida, para todo o Brasil. Cabeleireiros e barbeiros com elementos dos anos 1950 surgem com força. Até aparelhos Jukebox voltaram a vender. O poder dos ‘bons velhos tempos’ para vender é bastante evidente quando as marcas evocam noções de herança, tradição e originalidade, tudo isso ligado à identidade central da marca.

Os exemplos não param por aí. A Estrela, fábrica de brinquedos, relançou produtos que fizeram sucesso nos anos 1980, como o Genius, primeiro jogo eletrônico vendido no Brasil. Todo mundo despertou para a volta do jogo. Até a imprensa destacou o retorno. Consumidores tornam-se nostálgicos para as coisas simples e genuínas, coisas que eles percebem como clássicos. Coisas autênticas que causam uma sensação de déjà vu. Nada evasivo. Nostalgia sempre foi um mecanismo de encantamento para os consumidores.

Quando os mercados, governos e outras instituições importantes deixam de entregar de alguma forma bem-estar, o consumidor recorre a outras fontes para não perder a esperança. Eles vão se dirigir para marcas que buscam os bons e velhos tempos, com a promessa de experiências seguras e familiares. Seria este um momento nostálgico, pós-manifestações em todo o Brasil? Parece-me que sim. Uma onda de Marketing retrô aparece. Saudade dos velhos tempos, literalmente. É o passado como ferramenta do presente.


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