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Série ETIQUETA PROFISSIONAL - Etiqueta profissional

Toques de celular fofos, decotes arrasa-quarteirão e e-mails pra lá de pessoais não pegam bem no ambiente corporativo. Apesar de competência ser a alma de qualquer negócio, um pouco de bom senso também ajuda.

Musiquinhas fofas no celular, longos papos com a melhor amiga no telefone, e-mails extensos, decote arrasa-quarteirão, sandália de tiras finas e salto são coisas que todas as mulheres adoram. Mas, sentimos informar, devem ser evitadas no ambiente de trabalho. Por mais informal que seja a sua empresa, há uma expressãozinha chamada etiqueta corporativa que pode acabar derrubando a mais competente das profissionais. É, apenas técnica não basta. Para se destacar no disputado mercado de trabalho, aspectos comportamentais contam. E muito!

Que o diga a assistente de marketing Tatiana Ferreira. Graduada em uma faculdade de primeira linha e trazendo no currículo estágios em grandes empresas, a profissional achou que apenas sua competência no desempenho da função bastasse. Estava enganada. "Sempre fui uma pessoa muito espalhafatosa. Gosto de decote, saltão, maquiagem. Minhas roupas são de cores fortes e adoro uma bijuteria. O meu primeiro encontro com meu superior direto - quando fui contratada ele estava de férias – foi traumático. Curto e grosso, ele logo avisou que estávamos em uma empresa tradicional e que aquele tipo de roupa definitivamente não era adequado. Fiquei com a cara no chão", lembra Tatiana, que agora aposta em um vestuário neutro.

A velha história de que a primeira impressão é a que fica é mais do que verdadeira quando o assunto é roupa de trabalho. A regra é ser o mais simples e discreto possível, mesmo no casual day, às sextas-feiras, quando as empresas liberam o uso de roupas mais descontraídas. Você conseguiria ter respeito pelo seu chefe se ele aparecesse de camiseta regata e bermuda? Então, a mesma regra vale para você. "Mulheres devem evitar decotes, roupas muito justas e acessórios extravagantes. Peças que estão na moda, como bermudas, são interessantes para os finais de semana, não para ir ao trabalho", alerta a diretora do Instituto Brasileiro de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento Profissional (Ibradep), Gilda Fleury Meirelles.

Você acha que são só as mulheres que passam por apertos por causa do vestuário? Nem pensar. O gerente administrativo do Grupo Planus, Vanderclei Ferreira, passou por maus momentos por estar vestindo uma roupa inadequada. Ao repassar o convite de um coquetel, a secretária do executivo esqueceu de alertá-lo que o traje exigido era social - terno e gravata. "Eu e alguns amigos estávamos sem gravata e paletó. Muito constrangedor. Fomos, inclusive, repreendidos pela organização do evento", lembra.

Assim como o vestuário, a troca de cumprimentos é outro ponto ao qual os profissionais devem ficar atentos. Optar pelo abraço e beijo - costume tipicamente brasileiro - em vez do aperto de mão, por exemplo, pode causar uma primeira impressão tão ruim que pode não haver chance de um novo encontro. Excesso de intimidade, ensina Gilda Meirelles, em hipótese nenhuma. "Beijar e abraçar só quando já há uma relação de amizade. No primeiro contato, o aperto de mão é suficiente. Ao receber o cliente, também é de bom tom levantar da cadeira para cumprimentá-lo, assim como acompanhá-lo ao elevador quando ele for embora", explica Gilda.

Gilda Meirelles lembra até hoje da vez que foi visitar uma cliente que parece ter esquecido todas as regras de etiqueta. As boas maneiras, conta ela, passaram longe. "Entrei na sala e ela nem se levantou. Colocou o pé em cima da cadeira, porque disse que estava doendo. Além disso, ficou bebendo água no gargalo. Fiquei com uma péssima impressão", recorda.

O telefone é outro item perigoso no que diz respeito à etiqueta empresarial. Segundo Lívio Callado, diretor da Essence Ética & Etiqueta, a postura mais indicada é concentrar-se na conversa, sem comer, digitar ou assinar documentos enquanto estiver falando. "Os aparelhos de hoje são muito sensíveis e qualquer ruído pode ser ouvido pelo interlocutor, o que pode causar uma má impressão", diz. Outra atitude educada, segundo Callado, é jamais deixar uma pessoa aguardando na linha sem procurar falar com ela repetidamente. Além disso, é importante esclarecer o por quê de ela estar esperando e só em último caso pedir para a pessoa ligar novamente. "Ao pedir que seja feita uma ligação, esteja pronto para falar assim que a mesma for completada", observa.

A publicitária Raquel Abreu já passou diversas situações embaraçosas envolvendo o telefone. Quando trabalhava em uma agência de publicidade, a profissional tinha um cliente, digamos, considerado chato por todos os funcionários. Sem perder tempo, ela logo o apelidou de "supermala". De tanto chamar o pobre pelo apelido, ela acabou trocando o nome do homem na hora de atender uma chamada telefônica. "Quase perdermos o cliente, mas consegui contornar a situação dizendo que achava que ele fosse outra pessoa", recorda.

Com o advento da telefonia celular, as regras sobre o uso do aparelho móvel passou a integrar os manuais de etiqueta empresarial. O motivo é que, em vez de ser usado a favor da produtividade, o celular costuma ir contra ela: reuniões interrompidas, toques musicais que atrapalham a concentração e ligações indesejáveis em almoços de negócios. Segundo Maria Aparecida Araújo, diretora da consultoria Etiqueta Empresarial, o uso do celular deve ser extremamente restrito no ambiente corporativo. "É imprescindível que o profissional dê preferência a toques discretos a musiquinhas e sons chamativos. O volume da campainha também deve ser o mais baixo possível. Com o crescimento dos espaços abertos nas empresas, o convívio se tornou mais delicado. O profissional deve respeitar o colega", explica.

Outro item fundamental para quem quer ficar bem na fita na empresa é maneirar no uso do e-mail. Correntes, piadinhas e assuntos pessoais devem passar longe da caixa de saída do e-mail de trabalho. "Como em qualquer grupo social, deve-se usar o bom senso ao interagir com outras pessoas de maneira a evitar ofensas, agressões ou desentendimentos. O conhecimento dessas regras é recomendado a usuários que buscam praticar a comunicação mais apropriada na rede, via e-mail ou listas de discussão", explica Maria Aparecida Araújo, da Etiqueta Empresarial.

O fim do namoro e a perda da credibilidade na empresa foram as conseqüências que a administradora Patrícia Silva enfrentou pela falta de cuidado ao passar um e-mail. A profissional, que tinha um namorado na empresa onde trabalhava, trocava e-mails picantes com outro colega. O deslize: ela errou ao colocar o endereço do dito cujo e acabou enviando o e-mail comprometedor para todo o departamento. "Levei quase um ano para superar isso. As piadinhas, inclusive do meu chefe, não paravam", conta Patrícia, que garante que agora só usa o e-mail da empresa para fins profissionais e confere cuidadosamente o remetente. Competência continua sendo essencial, mas um pouco de bom senso não faz mal a ninguém!


Fonte: Bolsa de Mulher – matéria de Thiene Barreto

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